Retorno obrigatório das aulas presenciais será na segunda (08)

2015-04-10_190211

Foram definidas uma série de protocolos sanitários a serem seguidos

O governo do Rio Grande do Sul determinou o retorno obrigatório às aulas presenciais na educação básica, a partir da próxima segunda-feira (08). A medida é válida para os estudantes da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio de todas as redes de ensino estadual, municipal e instituições privadas.
Inicialmente, a data prevista era o dia 3, mas foi alterada para que as escolas tenham tempo de se organizarem e orientarem os estudantes sobre a retomada.
Porém, o novo decreto assegura a permanência no regime híbrido ou virtual aos alunos que, por razões médicas comprovadas mediante a apresentação de atestado, não possam retornar integral ou parcialmente ao regime presencial. As escolas que adotarem o revezamento de estudantes em função da necessidade de observar o distanciamento também devem oferecer o ensino remoto.
Distanciamento
Para tanto, foi definida uma série de protocolos sanitários a serem seguidos por alunos, escolas, professores e funcionários:
– Como distanciamento mínimo de 1 metro entre os estudantes. (O novo decreto possibilita que as instituições que não puderem assegurar o distanciamento mínimo devido ao tamanho do espaço físico escolar poderão adotar o sistema de revezamento dos estudantes. Para tanto, deverão assegurar a oferta do ensino remoto naqueles dias e horários em que os alunos não estiverem presencialmente na escola. As equipes gestoras destas instituições de ensino entrarão em contato com suas respectivas comunidades escolares para orientações);
– Uso obrigatório de máscara;
– Higienização constante das mãos;
– Ambientes ventilados.
O debate sobre o retorno não é pacífico
Para o diretor de políticas educacionais da Todos pela Educação, Olavo Nogueira Filho, o poder público deve fazer de tudo ao seu alcance para retomar as aulas, desde que sejam respeitados os critérios sanitários.
“Nós vemos que vai gerar um impacto muito danoso para os estudantes que não pode ser negado. Se o tempo de suspensão das aulas fosse de dois a três meses seria uma situação que daria para recuperar o tempo perdido. É preciso ter uma prioridade de reaberturas e, quando nós vemos a autorização para bares, shoppings e comércio, não ficam claros quais são os critérios escolhidos. Quais seriam esses critérios? Isso só vai diminuir as chances de controle da pandemia e o debate sobre isso está sendo pouco sério”, diz Nogueira Filho.
Já o CPERS/Sindicato contestou a decisão. A presidente Helenir Aguiar Schürer diz que as instituições ainda não têm condições de cumprir todos os protocolos sanitários. “A obrigação do retorno presencial mediante o sucateamento das escolas e a falta de RH expõe estudantes, educadores, funcionários e comunidade ao iminente risco de contaminação pelo coronavírus”, criticou.
Benefícios do ensino presencial
Mesmo entre os contrários ao retorno simultâneo de 100% dos alunos para as salas de aula, há diretores e professores que destacam a melhora da qualidade do ensino no formato presencial. “A aprendizagem não tem como comparar. As crianças estando aqui e é possível fazer um trabalho muito melhor do que no remoto. Mas ainda tem pandemia, ela não acabou. E essa é uma faixa etária que não se vacinou”, avalia a professora do Ensino Fundamental, Patrícia Albano Christofoli de Oliveira.