Pai e filho, produtores rurais da Linha Ceará da Graciema, se preparam para a próxima safra da uva

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Vinícius Carraro, de 30 anos, segue os passos do pai, Volmir Carraro, de 63 anos, na produção de uva na propriedade da família, na Linha Ceará da Graciema, no Vale dos Vinhedos. Com uma área de 13 hectares plantadas da fruta no total (9 hectares deles e 4 hectares arrendados), ambos trabalham para que a safra de 2019 seja de sucesso, assim como nas de 2017 e 2018. “ Nesta safra colhemos 24% a menos que no ano passado, totalizando 260 mil quilos de uva. No entanto, a qualidade e a graduação foram melhores”, avalia Vinícius.
As variedades plantadas por eles, que apenas cultivam uva, são: BRS-Cora, Lorena, Isabel, Niagara, Zeperina, Couderc,Bordô e Violeta e viníferas: Ruby Cabernet, Trebbiano Toscano, Riesling Itálico. São aproximadamente destinados 2,5 hectares para a produção de uvas para vinho e 10,5 para sucos. Os Carraro são associados à Cooperativa Vinícola Aurora.
“No momento estamos despontando para fazer a amarração, para em julho começarmos as podas. E sempre tem trabalho a mais, como podar os plátanos, limpar os parreiras, passar veneno e roçar”, explica o produtor.

Herança de família
Apenas Vinícius e Volmir trabalham nas videiras. Na época da poda eles contratam temporariamente duas pessoas para ajudar e na colheita, cerca de 13 safristas. O filho comenta que não pensa em sair do interior. “Trabalho desde pequeno na colônia e não penso em deixar. Eu gosto do meu trabalho e tenho amor pelas videiras. Não posso me queixar porque tudo o que tenho vem do meu trabalho com elas”, diz.
Este amor pelo trabalho rural, passado de Volmir para o filho, reflete na pequena Gabriela, de 5 anos. “Sou casado com a Kasly e temos uma filha de 5 anos. Ela adora subir na colônia, mas não sei dizer o que ela vai querer ser quando crescer. Amor ela tem pelas parreiras e sempre mostramos a realidade para ela, que tudo o que temos é por causa da uva”, conta Vinícius.
Dificuldades
Apesar de gostar do que faz, o agricultor pontua algumas dificuldades enfrentadas no meio rural. “ Temos muitos gastos e o preço da uva não é justo . Não tem incentivo do governo para o preço da uva e, ao invés de aumentar, só baixam os preços. Já os insumos agrícolas estão cada vez mais caros. Por isso que muitos agricultores não conseguem dar a volta e acabam abandonando ou vendendo as suas propriedades” lamenta .
“É sofrido , ficamos no calor e no frio trabalhando, estamos no meio de agrotóxicos e nossa saúde está exposta. Corremos riscos também pelo manuseio de tratores agrícolas, porque nossas terras têm morros, costeiras, sempre temos que conduzir com cuidado e às vezes levamos sustos”, acrescenta. “Mesmo assim, no final da colheita, é gratificante ver o resutlado de nosso trabalho todo de um ano todo”.
Por outro lado, diferente de muitos morados do interior de Bento Gonçalves, Vinícius comemora a localização privilegiada. “O asfalto passa na frente da minha casa e estamos a 3 km apenas da cidade, portanto não temos dificuldades para escoar a safra”, relata.