A cesta básica em Bento consome 76,4% de um salário mínimo e custa 26% mais que a mais cara do país

2015-04-10_190211

 

A alta da inflação é sentida no bolso e no prato das famílias. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o preço da cesta básica consome até 65% do salário mínimo, hoje, em R$ 1,1 mil.
Em Bento Gonçalves, de acordo com dados do Procon/BG, referentes ao mês de outubro, alimentar uma família de até quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) pode custar, no valor mais baixo, R$ 841,60.
Esse custo, da cesta básica na cidade, é 26% maior que a cesta mais cara do país, encontrada em Porto Alegre. De acordo com o Procon/BG, os itens pesquisados se referem a 21 produtos de alimentação e mais 11 itens de higiene e limpeza. Os dados discriminados podem ser encontrados no site do Procon/BG.
Para os consumidores da cidade, o valor da cesta básica representa 76,4% do salário mínimo nacional. Se a comparação for para apenas uma pessoa adulta, o valor da cesta básica de Bento Gonçalves custa, em média, R$ 240. Na comparação com o salário mínimo, representa um gasto de 21,8%. O custo da alimentação, em Bento Gonçalves é superior ao registrado na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA), do DIEESE.
A cesta mais cara foi registrada em Porto Alegre (R$ 664,67), seguida por Florianópolis (R$ 659,00), São Paulo (R$ 650,50) e Rio de Janeiro (R$ 634,18). Mesmo em Aracaju, onde o custo é mais baixo (R$ 456,40), o valor representa um gasto de 44,86% do salário mínimo. Se comprar a cesta básica de Porto Alegre, em Bento o valor é 26,6% mais elevado.
Em um ano, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu mais de 10% em todas as cidades que fazem parte do levantamento. A maior alta foi registrada em Brasília, com aumento de 34,13%. Hoje, o preço de uma cesta básica na capital federal é de R$ 594,59.
De acordo com o levantamento, considerando o valor dos alimentos e os altos reajustes inflacionários, o salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 5.583,90, mais de cinco vezes o piso salarial praticado atualmente.

Procon esclarece
métodos de
pesquisa
O Procon/BG esclarece que a pesquisa mensal da cesta básica tem algumas particularidades que a diferem de outras pesquisas como, por exemplo, do DIEESE. De acordo com o fiscal Thiago Duarte dos Santos, os itens avaliados são de consumo regional. “Na nossa pesquisa entram produtos peculiares da nossa cidade, ou de consumo local o que deixa a tabela diferente de outras pesquisas”, afirma.
Porém, o fiscal afirma que a lista pesquisada pelo Procon/BG é menor do que divulgada pelo DIEESE.
“Aqui, nós computamos apenas produtos em estabelecimentos de alimentos, por exemplo, outras pesquisas, como a do DIEESE, ainda entram nesse cálculo frutas, legumes e verduras e alcance de preço também em feiras livres”, aponta Thiago.
Sobre a diferença de preço, o Procon alerta que é preciso também levar em consideração a região e condição socio econômica da cidade, além da sazonalidade de produtos.
“Agora na primavera, possivelmente, vamos observar um aumento do custo do leite, pois a oferta diminui o que tornará o produto mais caro”, esclarece.

Agas
Procurado pela redação da Gazeta para avaliar os dados, o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados e dono da Rede Apolo Antônio Longo, enviou comunicado pela sua assessoria de imprensa, que preferia não se posicionar.