39% das famílias de baixa renda atrasaram pagamento da conta de luz 

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Em sete anos, a tarifa residencial acumula alta de 114% – ante 48% de inflação no mesmo período, uma diferença de 66%. Só em 2021, segundo dados do IBGE o preço da energia elétrica residencial subiu 21,21% 

Pandemia somado ao aumento da tarifa de energia em razão da crise hídrica, mais brasileiros não conseguem pagar a conta de luz em dia. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 39,43% das famílias de baixa renda atrasaram a fatura por, pelo menos, um mês em 2021.

As faturas têm peso maior para quem tem baixa renda. Mesmo para quem recebe o desconto, por estar enquadrado como baixa renda, o peso da tarifa de energia é maior do que para os que têm uma renda maior.

Os dados da Aneel apontam que não apenas os mais pobres têm tido obstáculos para manter a conta em dia.

Considerando todos os consumidores residenciais, 22,44% das famílias atrasaram o pagamento por pelo menos um mês.

A parcela desses consumidores com contas em aberto cresce desde 2012, quando o índice começou a ser medido e ficou, naquele ano, em 17,85%. Sem recursos para honrar os pagamentos, famílias ficam expostas ao corte de luz, que voltou a ser permitido desde outubro do ano passado. O atraso de apenas um mês no pagamento já põe o fornecimento do serviço em risco. Pelas regras da agência reguladora, não há quantidade mínima de contas em aberto que autorize as empresas de distribuição de energia a interromper o abastecimento. A única regra é que os consumidores devem ser avisados com antecedência mínima de 15 dias. São consideradas famílias de baixa renda as com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa – R$ 606, atualmente.

A suspensão do corte estabelecido pela agência em 2020 e 2021 derrubou a quantidade de desligamentos.

Foram 391 mil em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid-19.

Em 2019, foram feitos 1,3 milhão de cortes.

Aumentos Desde 2015, a conta de luz dos brasileiros subiu mais do que o dobro da inflação.

Em sete anos, a tarifa residencial acumula alta de 114% – ante 48% de inflação no mesmo período, uma diferença de 66%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da energia elétrica residencial subiu 21,21% no ano passado.