Valor da cerveja brasileira vai aumentar por causa guerra?

2015-04-10_190211

Entenda as causas do impacto no preço da cevada que vem  28% dos paísem em guerra

O preço da cerveja no Brasil sofrerá impactos devido à guerra no Leste Europeu. O comércio de ingredientes da bebida será abalado diretamente pelo conflito, uma vez que Rússia e Ucrânia são responsáveis por 28% das exportações globais da cevada e o país de Vladimir Putin é o terceiro maior fornecedor de malte ao mercado nacional.

Em 2021, o Brasil importou US$ 64 milhões de malte da Rússia, o que consolidou o país russo como um dos principais exportadores do produto para o mercado brasileiro – que é dependente de importações de produtos ligados ao mercado cervejeiro, assim como o de fertilizantes.

Grande parte da cevada e do malte utilizados na indústria cervejeira brasileira é importada da Argentina e do Uruguai. Contudo, a diminuição de fornecedores desses ingredientes irá aumentar a procura por outros produtores para suprir o mercado, elevando os preços em todo o mundo.

Segundo a Anheuser-Busch InBev, responsável pela Ambev, a empresa contará com uma proteção financeira de 12 meses contra variação cambial, tentando não repassar os custos para os consumidores. Além disso, a companhia promete controlar o preço dos commodities utilizados na produção da cerveja.

De acordo com a empresa de pesquisa de mercado Kantar, consumidores têm trocado marcas mais famosas, como Heineken, Stella Artois e Eisenbahn, por outras mais acessíveis e populares.

Segundo a Ambev, o hectolitro (100 litros) aumentou 17,4% em 2021, a estimativa para este ano era de 16% a 19%. Contudo, o cálculo foi realizado antes da invasão russa.

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo.

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra.

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito.

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho e evitar avanços de possíveis adversários nesse local.

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km.

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país caso os ucranianos não desistissem da ideia.

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país.

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro.

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta.

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território.

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado.

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles.

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo.

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande

Consumo de cerveja

Conforme estudo divulgado, em 2021, pela plataforma de descontos CupomValido, o Brasil é o terceiro maior consumidor de cerveja no mundo, atrás somente da China e dos Estados Unidos.

O brasileiro consome em média seis litros de cerveja por mês, gasto médio de R$ 184 mensais.