Vacinas da Pfizer e AstraZeneca são eficazes contra variante da Covid-19 após 2ª dose

2015-04-10_190211
A variante Delta foi quatro vezes mais eficiente em escapar dos anticorpos dos não vacinados. Foto: Reprodução

Estudo destaca a importância de completar o quadro vacinal para prevenção contra Covid-19

A variante Delta da Covid-19, já presente no Brasil, é geralmente mais habilidosa em driblar o sistema imune das pessoas, mas os imunizantes AstraZeneca e Pfizer conseguem neutralizar bem o vírus após a segunda dose. Mesmo com a eficácia das vacinas caindo um pouco, elas continuariam sendo vitais, indica um novo estudo.

O trabalho, liderado pelo Instituto Pasteur, da França, em parceria com outros centros de pesquisa, tem relevância para o contexto brasileiro porque esses dois imunizantes são usados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). A variante Delta ainda não está em ampla circulação no Brasil, mas já há casos que indicam transmissão comunitária em São Paulo.

Em artigo publicado na revista “Nature”, os cientistas do Pasteur descrevem que a Delta foi, de longe, a variante que mais deu trabalho para as células de sistema imune nos experimentos de laboratório. Os anticorpos das vacinas foram os únicos que tiveram desempenho mais consistente, mas só aqueles que estavam no soro sanguíneo das pessoas que já tinham tomado a segunda dose.

Comparada com a variante Alfa, de modo geral, a variante Delta foi quatro vezes mais eficiente em escapar dos anticorpos dos não vacinados. Segundo os cientistas, a vantagem evolutiva da cepa surgida na Índia é que ela é capaz de escapar tanto de anticorpos que atacam a proteína S do vírus, responsável por sua entrada na célula, quanto à proteína N, que constitui outras partes da superfície do SARS-CoV-2.

Outro ponto importante do estudo é que ele contraindica a proposta de se vacinar com apenas uma dose da AstraZeneca e/ou Pfizer pessoas que já haviam sido infectadas com o vírus, com o objetivo de acelerar campanhas de imunização. A combinação de infecção natural mais uma dose de vacina pode funcionar contra algumas variantes do vírus, mas, como mostra o estudo, falha contra a Delta.