Taping: técnica para recuperação de diástase no pós-parto

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Durante a gestação, as bandagens elásticas ajudam na sustentação da barriga. No pós-parto, auxilia com o inchaço e a cicatrização

A gestação e o puerpério são períodos em que o corpo da mulher passa por importantes modificações e um dos receios recorrentes das gestantes é se o corpo voltará à forma anterior. Embora este processo seja lento, cuidados durante a gravidez e logo após o parto podem contribuir para uma recuperação mais confortável.

Nas primeiras semanas do puerpério, é normal que a mulher tenha a impressão de estar com a “barriga solta”, já que a placenta foi eliminada e o útero está diminuindo lentamente de tamanho. Nesse processo, a distensão abdominal pode se transformar em flacidez.

As cintas cirúrgicas, indicadas no passado para reduzir o inchaço e a sensação de que os órgãos da barriga estão “soltos” após o parto, dando mais segurança para a mulher se movimentar, estão sendo substituídas por uma nova técnica: o taping.

A ginecologista e obstetra Ana Gabriela Puel, membro da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), diz que, ao contrário do que se imaginava, estudos mostram que a cinta cirúrgica atrasa o retorno do tônus da musculatura abdominal. “As cintas fazem uma sustentação no tronco e abdômen, mas a musculatura ainda fica muito relaxada, então demora para voltar à forma anterior porque não tem tônus”, explica a médica.

Taping

O taping é uma técnica que utiliza bandagens funcionais elásticas com ação linfática e contensiva. O método, popular nos tratamentos ortopédicos e no pós-operatório de cirurgias plásticas, vem ganhando popularidade também entre as gestantes.

Ele favorece o processo de regeneração do organismo e das lesões através da ativação dos sistemas circulatório, linfático e nervoso.

Nas últimas semanas de gestação, o taping ajuda a aliviar os desconfortos causados pelo peso na parte inferior da barriga e na dor lombar.

No pós-parto, a técnica é indicada para ativar a musculatura abdominal e reduzir o inchaço, além de auxiliar no processo de cicatrização por aliviar a tensão da pele. “Ao usar as bandagens, a mulher diminui a tensão e o risco de queloide”, diz a ginecologista Ana Gabriela.

A técnica deve ser feita por um fisioterapeuta, que tem conhecimento sobre a direção correta para a aplicação das bandagens. A remoção do taping é feita entre sete e 10 dias depois do parto, também pelo profissional de saúde.

“Trata-se de um trabalho multidisciplinar que visa o bem estar da mulher. Afinal, quando a recuperação é rápida e sem intercorrências, ela consegue até cuidar melhor do seu bebê”, conclui a médica.

Cuidados desde o início da gestação

O acompanhamento regular com fisioterapeuta ajuda principalmente com a dor lombar, muito frequente a partir da 30ª semana de gestação, quando o abdômen aumenta significativamente de tamanho e peso. Além dos exercícios físicos, o uso do taping ajuda na sustentação do abdômen e na dor lombar.

Normalmente, a gestante não está trabalhando essa musculatura e isso gera uma maior sobrecarga na lombar. Por isso, é importante iniciar o acompanhamento desde o início da gestação, evitando a sobrecarga no abdômen e na lombar