Setor industrial cresceu 6,4% nos últimos 12 meses no Rio Grande do Sul

2015-04-10_190211

No último trimestre o PIB do Estado registrou um crescimento de 0,9%, enquanto que o crescimento do PIB no País foi de 0,5%.
Mesmo com os movimentos da economia brasileira em baixa, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado marcou no primeiro trimestres do ano, um crescimento de 0,9% em relação ao mesmo período de 2018.
O PIB do Rio Grande do Sul vem em uma crescente, já que é o terceiro trimestre consecutivo que aponta melhores resultados do que o do País. Para a pesquisa, são utilizados os relatórios elaborados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – Fipe .
Os relatórios do primeiro trimestre foram divulgados na última quinta-feira (01), pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).
Os setores que registraram o melhor desempenho nos três primeiros meses do ano foram o de atividade industrial, que cresceu 5,6% e o do comércio, que registrou alta de 3,3%, os dois setores apresentam uma sequência de desempenho acima de outras áreas.
De acordo com o relatório, o setor agropecuário registrou no Estado um decréscimo de 4,4%, que podem se somados a queda de -2,3% registrada no trimestre anterior representam 6,7% de queda nos últimos seis meses.
Outro percentual que demonstra baixa é o de serviços que decaiu 0,4%, o setor da construção civil, baixou 3,8%, após um ano de números positivos.

Nos últimos 12 meses
Em relação aos percentuais somados nos últimos 12 meses analisados, os cenários se repetem. No período, a indústria cresceu 6,4%, o comércio 5% e a construção civil, 2,6%.
O desempenho positivo acaba compensando, em partes, os recuos acumulados do setor primário (-4,2%) e serviços (-1%). Na comparação de desempenho nos 12 meses, a economia do RS teve variação de 1,4%, igualmente acima do PIB do Brasil no mesmo período (0,9%).

Perspectivas
De acordo com a secretária da Seplag, Leany Lemos, os números demonstram um “otimismo moderado”: “Aqui no Estado, estamos buscando tirar as barreiras ao empreendedorismo. O governador Eduardo Leite está priorizando uma agenda para atrair investimentos, através de um programa de privatizações, concessões e parcerias. É um esforço para superarmos a nossa situação fiscal e nossa limitada capacidade de investir com recursos próprios”.
Durante a entrevista coletiva de imprensa, Leany anunciou que a Seplag deverá retomar a produção de cálculos do PIB com equipe própria do Departamento de Economia e Estatística (DEE). Desde o início de 2017, esses cálculos vêm sendo realizados pela Fipe. “Estamos revendo o contrato e vamos retomar algumas atividades, entre elas o PIB, incluindo o cálculo do PIB municipal”, anunciou.

Setor primário
Já o coordenador de pesquisas da Fipe, o economista Eduardo Zylberstajn, acredita que o Estado deverá ter resultados positivos nos próximos trimestres ao prever uma reação da produção primária: “Esta queda dos primeiros três meses se deu, em especial, por problemas na cultura da uva e do arroz. Porém, a safra da soja trará impactos importantes”.
O Economista destaca que a indústria, mesmo com crescimento desde a metade do ano passado, ainda tem capacidade ociosa. “Uma retomada mais forte da economia como um todo, considerando a importância deste setor, poderá manter o RS crescendo acima da média nacional.”
Para Eduardo Zylberstajn, o governo gaúcho vem adotando medidas importantes para estimular a atividade econômica, mas o cenário nacional precisaria contribuir mais. “A retomada após a recessão ainda é muito baixa, prova disso foi a decisão desta semana de novo corte dos juros pelo Banco Central. O empresário precisa ter confiança, ele não tomará uma decisão de investidor se houver risco de inflação ou aumento de carga tributária”.