RS deve manter uso de máscara em locais ao ar livre

2015-04-10_190211

Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina estudam desobrigar uso do equipamento em ambientes aberto. Brasília já não cobra mais uso de máscaras

Com mais da metade da população gaúcha com o esquema vacinal completo, cresce a pressão para que governos deixem de obrigar o uso de máscara ao ar livre, apesar de parcela dos especialistas afirmar que ainda é cedo.
No Rio Grande do Sul, não há data prevista para mudanças. O governo estadual afirmou que não tem a intenção de retirar a obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes abertos por enquanto. Atualmente, o uso do item de proteção ao coronavírus só não é imposto para crianças.
A decisão gaúcha difere de opções tomadas na cidade do Rio de Janeiro. Por lá, o uso de máscara será desobrigado em locais públicos e sem aglomeração. A decisão faz parte de um plano de reabertura, pensado para quando a capital carioca atingir 65% da população totalmente imunizada, prevista para 15 de outubro. Nesta quinta-feira, índice é de 57,7%.
A mesma flexibilização é avaliada pelo Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, que acompanha o aumento da vacinação contra o coronavírus e a diminuição nos indicadores relacionados à crise sanitária. A cobertura vacinal no estado é de quase 80%.
No Distrito Federal, o governo decidiu deixar de exigir o acessório com pouco mais de 53% da população completou o esquema vacinal. Santa Catarina planeja desobrigar o uso de máscara a partir deste mês de novembro, a depender dos números da vacinação e do cenário epidemiológico. Florianópolis anunciou que liberaria o uso do acessório quando atingisse 80% da população com esquema vacinal completo.
Em julho do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou a Lei nº 14.019/2020, que obriga o uso de máscaras tapando nariz e boca em espaços públicos e privados acessados pela população. A visão da PGE-RS é de que a lei sancionada por Bolsonaro é um obstáculo incontornável – no Judiciário, leis estaduais não podem ser contrárias a leis federais. Hoje, é preciso aguardar a suspensão da lei federal para desobrigar o uso de máscaras ao ar livre em solo gaúcho, afirmou o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa.
Especialistas da área da saúde afirmam que ainda é cedo para flexibilizar o uso de máscaras ao ar livre, sob pena de uma nova onda de casos surgir. Hoje, o Rio Grande do Sul atingiu 60,7% da população com esquema completo, segundo dados do governo do Estado.
“Há um equilíbrio entre avanço de vacinação e de flexibilizações. Nessa subtração, tem um número zero: não vou nem para frente nem para trás. Ainda temos uma taxa de transmissão considerada alta — diz o infectologista Alexandre Zavascki, médico no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Ainda segundo o infectologista, a redução no número de casos, em vez da cobertura vacinal, seria um balizador mais confiável para se iniciar as conversas sobre esse tipo de flexibilização.