Capacidade de o organismo metabolizar o álcool diminui conforme ficamos mais velhos, explica médico
Nestas festas de fim de ano, muita gente se empolga nas reuniões sociais e exagera no álcool. A conta do dia seguinte é um misto de arrependimento e sintomas físicos característicos da ressaca.
É a hora que você se lembra de quando era mais jovem e costumava acordar sem os efeitos horríveis do dia pós-bebedeira.
De fato, existe uma explicação para as ressacas ficarem piores conforme envelhecemos.
O gastrocirurgião Alexandre Sakano, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que “a ressaca ou a tolerância ao álcool dependem muito do ‘treinamento’ que o organismo tem”.
Segundo ele, “é igual ao esporte, quanto mais habituado, mais condicionado”.
“Quem bebe pouco por hábito vai ficando menos tolerante ao álcool ao longo da vida. O organismo vai envelhecendo um pouco e a pessoa já não tem tanta resistência para dormir até tarde, o fígado já não metaboliza o álcool tão rápido quanto antes…”
Pessoas que estão acostumadas a beber com frequência e em maiores quantidades terão mais resistência e, consequentemente, não sofrerão tanto com os efeitos colaterais no dia seguinte. Entretanto, o hábito pode causar uma série de males a longo prazo.
Antes de entender um pouco sobre a ressaca, é preciso saber sobre os efeitos do álcool no organismo.
O fígado, em condições normais, tem a capacidade de metabolizar cerca de 50 g de álcool por hora.
“Isso equivale a algo entre uma e duas latinhas de cerveja, uma ou duas taças de vinho”, exemplifica Sakano.
Ou seja, se você passar o dia bebendo devagar, as chances de ficar bêbado são menores.
Mas aí existe outro item a ser considerado. O álcool ‘rouba’ água do nosso corpo durante o metabolismo.
“E tem também o efeito diurético, que faz com que a pessoa urine com mais frequência, também perdendo água”, acrescenta o médico.
Por isso, a importância de se hidratar constantemente enquanto estiver bebendo.