Preços de produtos essenciais disparam e o medo da volta da inflação é real

2015-04-10_190211

Consumo nos supermercados fica mais caro: inflação começa a pressionar produtos essenciais, como alimentos, itens de higiene pessoal e combustíveis

Com medo da extensão do distanciamento social e receio do desemprego fez com que as famílias passassem a consumir menos. Este comportamento disparou o risco da inflação, como comprova o levantamento feito pelo IBGE, que aponta que os preços aos produtores dispararam em julho deste ano.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), medido pelo IBGE, apresentou a maior variação de alta de sua série histórica, iniciada em janeiro de 2014, com avanço de 3,22% entre junho e julho. Nos sete primeiros meses do ano apresentaram alta de 7,28%. Em doze meses, o avanço identificado foi de 11,13%. Mas, segundo os analistas do IBGE ainda não deve ser visto como inflação, e sim queima de margem para as empresas. Mesmo que muiutos setores já estão repassando para o consumidor final.

A variação média dos preços da indústria apresentada em julho deste ano, foi de 3,22%. Os alimentos apresentaram a maior oscilação (3,69%), seguido pela metalurgia (2,21%), segundo os dados apresentados na manhã desta quarta-feira, 02.

O índice de preços ao consumidor, passou de 1,71% para 1,77%. Parece pouco, mas é um indicativo de alerta, segundo André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo levantamento do IPC, para itens de primeira necessidade, como alimentos, produtos de higiene pessoal e combustíveis, a pressão para repasse nos preços já existe. “No caso de produtos de uso imediato, como para higiene pessoal e alimentação, já existe aumento. Discreto, mas tem”. Ele avalia que matérias-primas usadas na indústria da construção também devem se encarecer. “Da pandemia para cá, o cobre e o alumínio se valorizaram acima de 30%. Esse aumento de preços nas matérias-primas vai pressionar a construção civil”.

De modo geral, a força do repasse vai se intensificar à medida em que as atividades forem se recuperando. Os mercados tidos como essenciais, que sofreram menos na fase mais aguda da pandemia, serão os primeiros a serem afetados.