Pet com medo de chuva? Saiba como lidar e proteger o animal

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A combinação de chuva, raios e trovões pode provocar medo e ansiedade nos pets. Saiba como ajudar seu bichinho e acalmá-lo

Chuva, raios e trovões. Esta pode ser a combinação perfeita para um cachorro se apavorar. Alguns pets apenas procuram um canto para se esconder, mas outros sentem muito medo e podem apresentar até mesmo alguns sintomas físicos, como taquicardia e respiração ofegante. Felizmente, é possível acalmar os peludos com algumas dicas simples.

 

O medo da chuva pode surgir muito antes dos primeiros pingos. Os cachorros conseguem captar quedas muito sutis da temperatura e alterações na pressão atmosférica. Para nós, o céu pode estar ainda azul e sem nuvens, mas para os peludos os sinais do aguaceiro já estão presentes.

O bem-estar dos cachorros depende em grande parte das ações dos tutores. Eles conseguem se distrair sozinhos em algumas situações do dia a dia, inventando jogos ou apenas pensando na vida (sim, os cachorros refletem, rememoram e até planejam algumas atividades).

Mesmo assim, nos momentos de atenção e alerta (e a tempestade é um deles, pelo menos a partir do ponto de vista canino), os peludos precisam da atenção dos tutores, inclusive para certificar-se de que tudo ficará bem.

01. Prepare um local seguro

A maioria dos cachorros escolhe um cantinho da casa para chamar de seu. É lá que eles tiram as sonecas do dia, observam o movimento da família, arrastam brinquedos e outros objetos, etc. Os tutores podem aproveitar o cantinho para ser um porto seguro durante a chuva.

O local deve ser confortável e ficar longe da passagem dos demais membros da família. Uma vez que os cachorros estejam acostumados, eles se sentirão mais seguros se puderem fugir para o cantinho, que pode ser apenas uma almofada velha.

02. Evite os passeios

Apesar de algumas tempestades surgirem “do nada”, no Brasil, a maior parte das chuvas com raios e trovões ocorre nos dias muito quentes e quase sempre é anunciada com ventanias e acúmulo de nuvens.

Evite as caminhadas nos horários anteriores aos temporais. Pode ser apavorante, para um cachorro, ver-se em meio a um aguaceiro. Escolha os horários matutinos ou, caso isto não seja possível, faça como os amazônidas: marque o passeio para antes ou depois da chuva, que parece chegar com hora certa, sempre no final da tarde.

03. Tente abafar o barulho dos trovões

Enquanto “o céu está caindo” fora de casa, mantenha algum aparelho eletrônico ligado: a TV, o som ou o computador. Na medida do possível, mantenha a rotina doméstica, com os ruídos bem conhecidos pelos cachorros.

Para atenuar o medo, o barulho dos trovões pode ser reproduzido em momentos agradáveis para os cachorros: brincadeiras, cafunés, treinos, etc. É uma forma de atenuar os sons apavorantes, associando-os a situações de prazer. É possível encontrar áudios e vídeos em vários sites.

04. Mantenha as portas e janelas fechadas

Com a aproximação da tempestade, os cachorros voltam a atenção para os sinais. Alguns não podem ser disfarçados (como a queda da pressão atmosférica), mas observar as gotas de chuva chocando-se com força nas paredes e vidraças é uma experiência apavorante para os cachorros.

Ao fechar as portas, venezianas e cortinas, os tutores criam um obstáculo. Os cachorros continuam ouvindo os ruídos, mas eles são atenuados, mesmo com as trovoadas ribombando de tempos em tempos. Com isso, eles ficam mais tranquilos, mas permanecem em alerta.

05. Franqueie a entrada em casa

Esta dica é dirigida para os cachorros que passam a maior parte do tempo no quintal. Eles já sabem que a entrada na cozinha e na sala é interditada para eles e, quando os tutores permitem o acesso, sentem-se de alguma forma privilegiados.

O simples fato de ficar na sala e dividir o espaço com a família já tranquiliza os cachorros. Eles também sabem que não podem executar movimentos bruscos na “casa”. A liberalidade torna o momento especial e é muito mais seguro estar aconchegado ao lado do sofá.

06. Improvise algumas brincadeiras

Caso os cães fiquem muito ansiosos e aflitos, cabe ao tutor desviar o foco da atenção. Cada peludo tem preferências e um jogo de pegar a bolinha ou um disco de arremesso pode ser suficiente para tranquilizar os nossos melhores amigos, mesmo que não seja muito intenso.

As atividades também garantem aos cachorros que tudo está bem, que a tempestade não é um risco imediato. As brincadeiras não eliminam a aflição, mas proporcionam certo alívio. Além disso, as interações com a família são sempre momentos especiais para os pets.

07. Ministre um calmante

Existem medicamentos para tranquilizar cães muito agitados, que podem desenvolver inclusive doenças mais sérias quando sentem muito medo dos temporais. Há produtos sintéticos e à base de ervas, que podem ser usados também durante as festas de fim de ano ou no encerramento do campeonato de futebol.

É importante consultar o veterinário antes de ministrar qualquer remédio para os cães: o produto que “fez maravilhas” para o cachorro do vizinho pode até mesmo ser fatal para outro peludo. Fique atento à dosagem e aos possíveis efeitos colaterais. O calmante, por mais leve que seja, é um recurso extremo.

08. Não exagere

Quase todos os cachorros ficam apavorados durante as tempestades, mas eles tendem a se acalmar sozinhos, à medida que percebem que o perigo não é tão grande. Muitas vezes, apenas a presença do tutor é suficiente para tranquilizá-los.

Os tutores podem escolher uma ou duas dicas, ou variar o repertório de distração a cada nova chuvarada, mas não se pode exagerar na dose. Brinque um pouco, faça um agrado, ofereça um petisco e mantenha a rotina.

09. Fique calmo

Nenhum cachorro pode ser tranquilizado quando observa que os tutores estão com medo ou aflitos. É preciso agir naturalmente durante os temporais, para transmitir confiança e garantir que nada de errado está acontecendo.

Muitos humanos também têm medo da chuva. Existe até termos técnicos: pluviofobia (medo compulsivo e injustificado da chuva) e astrofobia (medo dos relâmpagos). Caso os tutores não consigam controlar o pavor que estão sentindo, é melhor ficarem afastados dos peludos, que geralmente reproduzem as condutas dos pais adotivos.

10. Procure um especialista

Se nenhuma destas dicas der resultados satisfatórios, pode ser o caso de contratar um especialista em comportamento animal. Caso as dificuldades continuem e o bem-estar do cachorro estiver ficando comprometido, esta é a melhor providência a ser tomada.

Há biólogos especializados no comportamento (etologistas). O veterinário do peludo também pode oferecer dicas preciosas e até mesmo um passeador de cães experiente é capaz de ajudar a superar o medo.

Por que os cachorros sentem medo?

A segurança durante uma tempestade é uma conquista relativamente recente da humanidade. Na natureza, raios e trovões são sinais de chuvas torrenciais e o melhor a fazer nessas ocasiões é procurar um local para se proteger.

Mas, mesmo encontrando uma toca, a integridade física não está garantida as chuvas muito fortes, e mesmo as menos intensas, mas prolongadas, causam alagamentos, deslizamentos de terra, desmoronamentos, etc.

Além disso, as descargas elétricas podem ser fatais ou causar incêndios. Naturalmente, os cachorros não entendem o mecanismo de um para-raios e não têm como saber que não correm riscos.

De qualquer maneira, o melhor a fazer quando chuvas fortes se anunciam é procurar um lugar seguro para se proteger. Um banho de chuva pode ser agradável algumas vezes, mas os relâmpagos são sempre perigosos, especialmente em locais abertos.

O barulho

Existe outro motivo para o medo dos temporais, que são mais comuns no verão, mas podem se precipitar em qualquer dia com temperatura mais elevada. O barulho dos trovões pode ser apavorante para os cachorros.

Eles não sabem exatamente o que está acontecendo, mas um estrondo forte e abrupto sempre os coloca em estado de alerta, ou até mesmo de emergência. É a mesma situação em casos de fogos de artifício e outras explosões.

A audição canina é muito apurada. Eles conseguem ouvir frequências entre 15  Hz e 40 mil Hz (os ouvidos humanos captam de 20 Hz a 20 mil Hz). Isto significa que eles conseguem ouvir sons um pouco mais graves e muito mais agudos do que nós.

O medo das trovoadas é real e tem fundamento. Alguns tutores se divertem ao observar os cachorros aflitos e ansiosos. A situação pode ser mesmo engraçada, mas os peludos estão em pânico e precisam de ajuda nesses momentos.

Os sinais do medo no cachorro

O medo das chuvas e trovoadas é evidente para a maioria dos cachorros. Eles ficam ansiosos, tentam se esconder, ficam colados às pernas dos tutores ou caminham com sinais evidentes de medo:

  • rabo entre as pernas;
  • pelos eriçados na linha superior do dorso;
  • garupa abaixada;
  • orelhas posicionadas para trás;
  • olhos arregalados.

Em alguns casos, no entanto, os sinais são mais sutis. Os cachorros com senso mais aguçado de defesa podem inclusive avançar contra o temporal, para proteger a família. É preciso muito cuidado com eles, porque esta é uma ocasião propícia para quedas, choques e escapadas.

  • tremores por todo o corpo, como se estivessem sentindo muito frio;
  • salivação excessiva, que escorre pelos cantos da boca. Os cães babões podem espalhar saliva ao redor;
  • respiração ofegante.

Em geral, o comportamento agressivo não faz parte do repertório do medo da chuva. O que os cachorros querem é encontrar um local seguro, longe das demonstrações de força da natureza. Mesmo assim, é possível que, quando muito estressados, eles possam atacar pessoas estranhas ou até membros da família, caso eles insistam em tirar os peludos do esconderijo.