Greve dos caminhoneiros tem baixa adesão sem bloqueio de rodovias

2015-04-10_190211

Presidente Bolsonaro antecipa Petrobras e diz que novo aumento dos combustíveis virá em breve

Líderes da categoria dos caminhoneiros garantem que a greve está mantida, apesar da baixa adesão. A paralisação começou nesta segunda-feira (1º) e, inicialmente, tem previsão para durar 15 dias. Apesar do aumento constante dos preços dos combustíveis, a manifestação do setor está muito aquém do imaginado e não houve bloqueio em nenhuma das rodovias federais ou pontos logísticos estratégicos.
O Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu o bloqueio de estradas. A categoria recorreu, mas a liminar foi recusada. De acordo com o último boletim divulgado pelo Ministério da Infraestrutura, apenas duas localidades possuem concentração de manifestantes. Uma delas é na BR-116, a Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiros e outra é próxima ao Porto de Santos, em São Paulo. No Rio Grande do Sul não houve registro de bloqueio de rodovias.
Para algumas lideranças, que não participaram da greve, são vários os motivos para ela não ter prosperado. “O país está muito polarizado politicamente. Outro fator é o volume de cargas que já está pequeno. Daí, a paralisação não impacta muita coisa”, disse Edvan Ferreira, líder dos caminhoneiros do Piauí na greve de 2018.
Para André Costa, presidente da FECAM-RS/SC (Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina), a categoria conseguiu mostrar que a situação está difícil, mas “não é momento político ou econômico para fazer uma paralisação”. “Apesar de cientes das dificuldades, os caminhoneiros também estão cansados de serem usados como massa de manobra”, afirmou.
Outro motivo também para a falta de adesão à greve teria sido a “briga de egos” entre as diferentes lideranças do setor. Quem diz isso é Ailton Gomes, diretor do Sindtanque-MG (Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais).
O fato de o governo federal ter conseguido 29 liminares na Justiça para impedir interdições nas estradas, mediante multas que variavam de R$ 5 mil a R$ 1 milhão, também esfriou os ânimos do movimento grevista.
Mais um aumento de combustíveis
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou, na última segunda-feira (01), que a Petrobras vai divulgar um novo reajuste em até 20 dias. O presidente também voltou a falar que o ICMS é responsável pelo valor alto na bomba dos derivados do petróleo. As lideranças dos caminhoneiros autônomos não quiseram comentar as falas de Bolsonaro.
Em comunicado oficial, a Petrobras desmentiu o presidente e disse que não antecipa decisões de reajuste de preços de combustíveis. A estatal indicou que todas as decisões que foram tomadas pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) já foram anunciadas ao mercado e nenhuma nova ainda foi feita.