Governo reduz juros e limite mínimo de financiamento para crédito imobiliário e pode movimentar mercado

2015-04-10_190211
Redução de juros e limite de crédito podem estimular compra de casa própria

Corretor imobiliário de Bento Gonçalves, Carlos Augusto Farina, acredita que medida vai impulsionar o mercado

O sonho da casa própria é o desejo de muita gente, que busca alternativas para conseguir alcançá-lo. Através de financiamentos como os da Caixa Econômica Federal, pessoas físicas e jurídicas saem do aluguel. E um anúncio feito pelo banco na sexta-feira (22) e que passou a valer nesta segunda-feira (25), torna o cenário mais positivo, isso porque a Caixa reduziu as taxas de juros, tornando a compra mais barata.
A redução dos juros é reflexo da diminuição da taxa Selic (juros básicos da economia), anunciada recentemente pelo Banco Central. De acordo com o banco, o objetivo é contribuir para impulsionar as vendas de imóveis novos de construtoras parceiras e atrair novos clientes para a instituição.
Todos os clientes pessoa física que financiarem imóveis novos ou usados, enquadrados no SBPE, terão redução linear de 0,25 ponto percentual na taxa, independente do relacionamento com o banco, que concentra dois terços do crédito imobiliário do país. Caso o cliente compre imóveis novos ou na planta, com construção financiada pela Caixa e escolha receber o salário pelo banco, a redução será maior, com juros iguais aos oferecidos aos servidores públicos.
Para as pessoas físicas nessa situação, os juros passarão de 11,22% para 9,75% ao ano para imóveis do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), de menor valor, e de 12,5% para 10,75% ao ano para imóveis do Sistema Financeiro Imobiliário, de valor mais alto.
Para os financiamentos imobiliários a empresas, a Caixa reduziu os juros em 1 ponto percentual para todas as faixas de relacionamento. As taxas cairão de 14% para 13% ao ano para micro e pequenas empresas e de 13,5% para 12,5% ao ano para médias e grandes empresas. O banco adotou ainda um sistema de classificação de risco que poderá beneficiar as empresas consideradas como boas pagadoras com redução de até 1,5 ponto percentual.

Cenário é visto como positivo para corretor de Bento Gonçalves
O corretor de imóvel e proprietário da imobiliária Allmax, Carlos Augusto Farina, vê como positivo o novo cenário. “Desde o início de 2017 nossos clientes têm nos dado sinais de que é hora de voltar a comprar e investir em novos imóveis, pela percepção de que estão reconquistando poder de compra, vendo o crescimento do mercado e acreditando na manutenção dos empregos e renda”, avalia.
“Estávamos ansiosos pela confirmação da notícia sobre redução da taxa de juros para financiamentos imobiliários nas duas faixas anunciadas pela CEF no Sistema Financeiro de Habitação-SBPE”, acrescenta Farina.
Segundo ele, todo o setor imobiliário já esperava essa redução de juros que a Caixa anunciou na semana passada. “Acreditávamos que fosse até maior, pois já tínhamos outros bancos que vinham contratando financiamentos na mesma faixa com taxas até mais atrativas”, mensura o empresário.
“Se considerarmos a queda constante e acentuada da SELIC que vem ocorrendo há meses, podemos acreditar que ainda temos margem para novos anúncios de redução nas taxas para financiamento imobiliário”, projeta.
“Quem está comprando agora está aproveitando as oportunidades que temos com preços de alguns imóveis negociados com valores especiais que compensam a tomada de decisão imediata quando se consegue descontos para pagamento a vista, deixando menor valor para ser financiado, com menor impacto sobre o valor final do bem”, ressalta.

Redução do limites de financiamento tem  impacto negativo
Por outro lado, a CEF também diminuiu, de R$ 100 mil para R$ 80 mil, o limite mínimo de financiamento no SBPE para pessoas físicas. A medida vale tanto para imóveis novos e usados e independe do valor da unidade habitacional.
Operado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o SFH financia imóveis de até R$ 650 mil em todo o país (inclusive Rio Grande do Sul), exceto para Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, onde o teto corresponde a R$ 750 mil. O SFI, que cobra juros mais altos, financia imóveis acima desse com recursos da poupança, sem o uso do FGTS.
“A redução do limite de financiamento de 70% para 50% tem impacto negativo sobre o mercado de imóveis usados e está influenciando as novas negociações em andamento, reabrindo novas oportunidades que deverão ser finalizadas a partir dos novos parâmetros”, ressalta Farina.
Mesmo assim, o corretor vê um lado positivo. “A boa notícia é que esse fato faz com que o foco volte a ser em negociações com imóveis novos ou em construção, com a possibilidade de parcelamento da entrada direto com os construtores”, finaliza.