Gás de cozinha vai ficar ainda mais caro em 2022

2015-04-10_190211

Estimativa indica uma alta de 30% no produto

Muita gente está assustada com o preço dos combustíveis, energia elétrica e carne, mas o gás de cozinha também tem virado dor de cabeça para o consumidor. Se não bastasse, o gás de cozinha deve subir ainda mais. As projeções indicam que o botijão, vendido acima de R$ 100, deve ficar 30% mais caro até março de 2022.
A estimativa se baseia no valor do GPL no Golfo do México, maior exportador do produto. A tonelada está em US$ 700 e deve saltar para US$ 900 no fim do primeiro trimestre do próximo ano. Segundo Sérgio Bandeira de Mello, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), não há perspectiva de redução nos preços do gás de cozinha, que acumulam alta de quase 40% neste ano.
O executivo ressalta que, além de a Petrobras acompanhar as cotações do mercado internacional do produto, o Brasil não é autossuficiente na produção de gás de cozinha. Pelo menos 25% do que é consumido no país vêm de fora. Portanto, para se manter rentável, a estatal precisa seguir o que está sendo praticado no mundo.
Para Bandeira de Mello, não há saída fácil para minimizar os impactos do encarecimento do gás de cozinha no orçamento das famílias mais vulneráveis. Ele acredita que o projeto aprovado pelo Senado e que depende do aval da Câmara, subsidiando 50% do valor do botijão de 13 quilos para os mais pobres, é uma iniciativa importante, mas precisa ter foco, como o de eliminar o uso do fogão a lenha.
Outra medida importante, no entender do presidente do Sindigás, é uma campanha de conscientização sobre o consumo de gás de cozinha, só usar o necessário. Ele ressalta, ainda, que, caso o governo decida subsidiar o preço do botijão, será preciso definir, de forma transparente, de onde virão os recursos, uma vez que a situação fiscal do Brasil é muito delicada.