Dating déjà vu : Por que você escolhe sempre o mesmo tipo de parceiro?

2015-04-10_190211

Juramos, a cada término, que jamais cometeremos o mesmo erro, mas a realidade é bem outra

Você continua saindo com pessoas com a mesma personalidade e até traços físicos mesmo após uma série de experiências malsucedidas?
Se a resposta for sim, então você pode estar sendo vítima do “dating déjà vu”, um novo conceito que você talvez não conheça, mas que certamente lhe é familiar
“Dating” é um termo em inglês para designar encontros românticos; “déjà vu” vem do francês e significa sensação de já ter vivido algo semelhante no passado.
Dating déjà vu vem da suposição de longa data de que todos nós temos um tipo preferido, uma teoria que ela diz ser apoiada por muitos estudiosos do assunto, como ela própria.
É verdade que algumas pessoas tendem a sair sempre com o mesmo tipo de parceiro e são atraídas pelo mesmo tipo de padrão de namoro.

Padrão repetido
A psicóloga Leslie Becker-Phelps, autora do livro Insecure in Love (“Inseguro no Amor”, em tradução livre), explica que geralmente falamos em “dating déjà vu” quando uma pessoa repete relacionamentos problemáticos, mas isso não significa apenas experiências negativas.
Você pode ter se apaixonado perdidamente por alguém e querer repetir essa história de amor saudável.
Na psicologia frequentemente há pacientes que repetem padrões ao longo da vida, algo que no mundo do namoro é ainda mais comum.
Temos a tendência de procurarmos pessoas com características semelhantes e nos apaixonarmos por elas porque nos sentimos confortáveis com o que nos é familiar .
Numa situação saudável alguém pode ser atraído por uma qualidade positiva, como bondade, empatia ou generosidade, e no final os relacionamentos funcionam.
Mas algumas pessoas são atraídas por dinâmicas e características que são tóxicas para elas e é aí que isso se torna um problema.

Teoria do apego
A teoria do apego é uma das principais razões pelas quais muitos tendem a insistir no mesmo erro.
Formulada pelo psiquiatra e psicanalista britânico John Bowlby (1907-1990) após o fim da 2ª Guerra Mundial, trata-se de uma teoria psicológica e evolutiva que tenta explicar as relações humanas.
Bowlby defende que desde quando somos jovens desenvolvemos uma relação com nosso cuidador principal, geralmente nossa mãe ou nosso pai, que nos marca e definirá a nossa procura de proximidade em relacionamentos futuros.
A teoria propõe quatro tipos principais de apego: Apego Seguro; Apego Evitante; Apego Ansioso/Ambivalente; Apego Desorganizado.
De acordo com psicólogos, você desenvolverá um apego seguro se seu cuidador reagir de forma adequada e consistente às suas necessidades quando criança, formando assim com sucesso um vínculo parental estável.
No apego evitante, a pessoa busca manter distância da pessoa alvo de seu apego. No apego ambivalente, a pessoa quer proximidade com seu parceiro, mas ao mesmo tempo mantém uma resistência. No apego desorganizado, o comportamento da pessoa é confuso, sem um padrão claro.
Se você tem um pai ou cuidador excessivamente protetor, intrusivo, negligente ou inconsistente, provavelmente terá um apego inseguro, que muitas vezes leva certas pessoas a acabarem em relacionamentos tóxicos.
Sabe-se que pessoas que têm apegos evitantes acabam ficando com pessoas que têm apegos ansiosos/ambivalentes, porque ambos se atraem.
Mas esta é a pior coisa que pode acontecer porque acabam com pessoas dependentes que agravam o desejo de manter distância.
É uma dinâmica que pode durar anos e que, segundo a psicóloga, é uma das mais comuns no “dating déjà vus”.

Como sair deste
looping?
Mas você já parou para pensar por que está atraindo o homem errado? Talvez algo dentro de você a está impedindo de conhecer alguém legal e que atenda suas expectativas para manter um relacionamento duradouro. Muitas mulheres decididas, fortes e que sabem o que querem também podem acabar iludidas pela ideia de “homem perfeito”. É só mudar o olhar e começar a enxergar o que você realmente espera de alguém e o que quer para sua vida.
Outra razão para que isso aconteça é uma afirmação feita por Freud (psicanalista austríaco), que batizou esse tipo de comportamento como a “teoria da repetição”, em que você, inconscientemente, procura as mesmas características de relacionamentos passados que a desapontaram e que te faz acreditar que dessa vez será diferente e você terá o poder de mudar a mente dessa pessoa. É como um desafio pessoal de conquista.
Veja algumas dicas de como sair desse círculo vicioso de personalidades masculinas idênticas e como encontrar alguém que te deixe feliz e que a faça renovar suas esperanças no amor:

Atraímos pessoas
semelhantes a
nós mesmos
Todo mundo tem suas ideias, opiniões, crenças e interesses próprios, por isso cada pessoa é única. O que isso significa? Significa que sempre esperamos encontrar alguém com essas mesmas características e isso é um espelho do que realmente somos e qual é a nossa relação com as pessoas. É algo que está presente o tempo todo dentro de nós e, por isso, costumamos atrair aquilo que achamos que merecemos, mesmo que aquela pessoa não pareça certa. Para que seu próximo relacionamento dê certo é preciso abrir os olhos para pessoas com novas personalidades e formas de enxergar o mundo. Saia da zona de conforto!

O outro sempre dá
sinais do que quer
com você
Um exemplo disso são mulheres que esperam comprometimento de um homem que elas têm certeza que não querem algo sério. Pode parecer um detalhe bobo, mas o homem sempre deixa claro sobre suas expectativas em um encontro. É claro que é normal que você evite interpretar e entender esses sinais porque nutre um sentimento por ele. Logo, quando você quer compromisso e ele não, você sairá magoada da situação. A melhor maneira para não sair machucada da relação é perguntar quais são as intenções dele naquele momento para que você se decida se quer continuar ou terminar, mas lembre-se que você não pode mudar a cabeça dele.

Repense o que a fez
sofrer nos últimos
relacionamentos
Sabe aquela história de fazer uma listinha com os prós e contras? Isso também funciona se você quer encontrar alguém que atinja suas expectativas no relacionamento. Pense o que a magoou no passado, o que você espera de uma relação e o que pretende evitar. Essa tática ajuda a colocar as ideias no lugar e é ótimo para que você reflita também sobre suas atitudes e enxergue sua própria personalidade no campo amoroso. Afinal, não é sempre o outro que está errado 100% do tempo. Reconhecer os próprios erros é importante para não repeti-los.

Por que isso só
acontece comigo?
Com certeza você já reclamou para sua amiga sobre encontrar o mesmo perfil de homens, certo? Aí você para e pensa: mas por que isso só acontece comigo e com ela não? Talvez porque ela tenha outras atitudes com relação a isso. Talvez porque ela não segue um padrão de personalidade e tenha os olhos abertos para outras alternativas ou porque ela não aceita relações que sabe que irão machucá-la e, principalmente, sabe exatamente o que quer, expõe suas vontades e opiniões em um encontro e é mais segura de si no campo amoroso. Pense nisso!

Comece a apreciar
sua própria
companhia
Passar um tempo sozinha pode fazer você se conhecer melhor, descobrir o que gosta, analisar seus antigos relacionamentos, os pontos que pode melhorar, o que não repetir. É importante dar um respiro e deixar as coisas acontecerem naturalmente, sem forçar alguma situação. Quando se está bem com você mesma é muito mais fácil encontrar alguém interessante para ser seu companheiro. Essa é uma frase clichê, mas pense: a beleza das pessoas está na segurança de ser quem ela é, por isso nos apaixonamos por indivíduos livres, decididos e felizes. Então por que não somos esse tipo de pessoa para o outro?
Não se cobre tanto por achar que sempre comete os mesmos erros. É realmente difícil encontrar alguém bacana para dividir a vida. Aos poucos você entenderá suas próprias escolhas, aprenderá a se amar mais e, com o tempo, será feliz sozinha ou acompanhada!