Corante vermelho de diversos salgadinhos tem origem em insetos

2015-04-10_190211

Cochonilha dá origem a um dos corantes mais utilizados do mundo, mas possui um ótimo perfil nutricional

Quem gosta de comer salgadinhos e doces industrializados já deve ter ouvido falar que esses produtos sempre estão em risco de serem contaminados por algum inseto que caiu dentro da máquina. O nível de insetos dentro desses alimentos é até mesmo regulado pela Anvisa, que permite apenas algumas partes por milhão. No entanto, o que muitos podem não saber é que diversos desses lanches podem conter um inseto na sua lista de ingredientes: a cochonilha (Dactylopius coccus).
O corante carmim, também conhecido sob vários nomes como C.I. 75470, E 120, vermelho 3, vermelho 4, cochineal, corante C.I., INS 120 ou corante natural de ácido carmínico é obtido através da trituração desse inseto, e está presente em diversos produtos como biscoitos, embutidos, gelatinas, recheios de biscoitos, balas, pirulitos, iogurtes, refrigerantes, geléias, sucos, sorvetes e muitos outros.
A tintura também pode ser encontrada em produtos não alimentícios, como cosméticos (sombras, batons), sais de banho, corantes de roupas, medicamentos, xaropes, comprimentos, xampus e condicionadores, vernizes, etc.
As cochonilhas são criadas em laboratórios ou em plantações de cactos. Para produzir o pigmento vermelho é necessário colocar milhões desses insetos em um grande triturador. Quando esmagados e cortados em grandes quantidades, as cochonilhas acabam se esfarelando em um pó de coloração vermelha viva. Segundo cientistas, apenas as asas das fêmeas são colhidas e trituradas para a obtenção do produto.
A grande parte da produção do corante carmim mundial está localizada no Peru, que afirma ter uma fatia de 95% do mercado mundial. O país produz, em média, mais de 600 toneladas anualmente do corante vermelho. Apesar de uma origem um tanto quanto estranha para nós, o corante tem um perfil nutricional que valoriza sua utilização nos produtos alimentícios. A farinha obtida possui 69% de proteínas, além de ser uma fonte de fibras, minerais, vitamina b12, ácidos graxos e ômega 3.