Constipação pode ser síndrome do intestino irritável

2015-04-10_190211

 

Ingrid Zalamena – Nutricionista, pós-graduada em nutrição esportiva e curso de especialização no tratamento da síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável (SII) é um distúrbio gastrointestinal funcional que afeta de 760 milhões a 1,9 bilhões de pessoas no mundo, embora apenas 30% dos pacientes procurem assistência médica. Sendo a maior prevalência em mulheres com idade inferior a 50 anos.
É uma doença de causa desconhecida que não é diagnosticada através de exames, e apresenta como sintomas: dor ou desconforto abdominal, distensão abdominal (inchaço), excesso de gases, arrotos, enxaqueca, diarreia ou intestino preso, além disso pode ocorrer de forma mista, tendo alguns períodos de intestino preso e alguns períodos diarreicos.
Alguns fatores podem estar associados a causa da síndrome:
• Fatores genéticos;
• Depressão, ansiedade ou estresse, fatores que provocam alterações nos movimentos do nosso intestino (peristaltismo);
• Alterações na microbiota intestinal (ambiente intestinal onde vivem nossas bactérias);
• Hipersensibilidades alimentares;
• Fatores ambientais, como alimentação e estilo de vida (sedentarismo).
Como falamos em outro artigo publicado anteriormente aqui, nosso intestino está em constante comunicação com nosso cérebro e é por este motivo que nossas emoções podem ajudar como prejudicar nossa saúde intestinal, não é por nada que 50% dos pacientes que apresentam a síndrome também tenham quadro de depressão ou ansiedade.
Sabe-se hoje que as fibras são importantíssimas na nossa alimentação, principalmente quando falamos em intestino, mas já vimos muitos casos de pessoas com alimentação equilibrada, ingestão de líquidos adequada e que continuam tendo intestino preso por longos períodos de tempo, é interessante que se avalie, pois pode se tratar da síndrome do intestino irritável, já que a ingestão elevada de fibras em uma pessoa com alterações na microbiota intestinal, pode levar a fermentação e piorar a situação, aumentando microorganismos patogênicos. Por isso a orientação de um profissional capacitado é importantíssima no tratamento da síndrome.
Alguns alimentos podem agravar ainda mais os sintomas, como a cafeína, álcool, condimentos, gordura saturada (frituras, biscoitos, salgadinhos, salgados de padaria), então fique atento aos sintomas após consumir estes alimentos. Dentre outros alimentos que possuem efeito osmótico e fermentativo, o que aumenta muito a flatulência (gases).
O tratamento nutricional consiste na alteração no padrão alimentar, com a retirada de alimentos fermentativos, com posterior reintrodução, o que melhora e muito os sintomas da síndrome. Além disso a ingestão de chás pode ser benéfica no tratamento da síndrome, como o chá de espinheira santa, erva doce e cidreira.
O tratamento multidisciplinar é muito importante para um bom desfecho do quadro clínico, o qual envolve médico coloproctologista para diagnóstico médico, tratamento nutricional e outros tratamentos que podem auxiliar no manejo do estresse ou depressão, como a yoga, meditação ou psicoterapia.
Se você tem algum desses sintomas, já tentou várias coisas para melhorar e não deram certo, fica aqui a sugestão para que investigue mais a fundo o que não pode ser considerado como algo normal.