As carnes serão o grande vilão da inflação de alimentos no fim deste ano e continuarão a pesar no bolso do consumidor em 2025
Ainda há o impacto do câmbio que torna a carne brasileira ainda mais atraente para os importadores. Todos esses fatores somados aumentam o preço do boi gordo, ou seja, no atacado, mais de 40% dos mínimos do ano, e essa alta já está sendo transmitida ao consumidor final, o que deve continuar até 2025. E quando a carne sobe, a alta é do conjunto das proteínas, como ovo e frango, que são seus substitutos.
Não haverá trégua tão cedo para a inflação
A inflação dos alimentos que mais pesa no orçamento das famílias vai continuar a subir. A LCA revisou sua estimativa de 7% para 7,2% para os alimentos em geral. A alimentação em domicílio deve fechar outubro com 1,13%, em novembro a expectativa é de alta de 1,08% e em dezembro de 1,06%. A projeção da MBA Agro para a inflação da alimentação no domicílio para este ano é de 7,6%.
O alívio no preço dos alimentos pode vir das chuvas, como já nos alertaram José Roberto Mendonça de Barros, da MB associados. Os climatologistas estão evitando agora chuvas constantes, mas não excessivas, isso pode ajudar as hortaliças e outros alimentos que têm um ciclo mais rápido de produção.
Na inflação como um todo, o incidente virá da tarifa de energia, que passa da bandeira vermelha 2 para a amarela em novembro. É possível que com as chuvas voltando se feche em bandeira amarela. No entanto, a inflação dos alimentos é inescapável. Mesmo que a inflação termine o ano no teto da meta, o que hoje é uma dúvida para muitos economistas, a inflação vai pesar no bolso e em todo o mundo que faz compras já viu isso.