Bento Gonçalves chega ao limite de atendimento na UTI

2015-04-10_190211

Além da Serra, Região Norte, Vale dos Sinos e Taquari e Litoral Norte estão em situação crítica

De acordo com dados disponibilizados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), o município de Bento Gonçalves está com ocupação de 100% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dos 45 leitos disponíveis no Hospital Tacchini, todos estão ocupados, momentaneamente. Desses, 48,9% (22 leitos) estão pacientes não Covid, enquanto que 51,1% (23 leitos) são ocupados por pacientes confirmados do coronavírus.

Ainda segundo os dados, Bento Gonçalves possui 60,7% de ocupação de leitos exclusivos para atendimento de pacientes Covid, dos 84 disponíveis, 51 estão ocupados. No sistema público de saúde, a ocupação está em 87%. São, no total, 23 leitos para pacientes Covid, sendo que 20 estão ocupados. Dos leitos privados o número supera os 100%, são 22 leitos, sendo que estão em atendimento 25 pessoas, dando um total de ocupação de 113,6%.
Dos respiradores disponíveis na cidade, a ocupação está em 53,3%, sendo que dos 45 existentes, 24 estão ocupados. Como a UTI está com lotação máxima, as possibilidades, neste momento, podem ser a utilização dos leitos de emergência do hospital, ou ainda, o remanejamento de pacientes para outros municípios que apresentem leitos livres. Nesse caso a solicitação de transferência ocorre a partir da central de atendimento da SES.

Em boletim de monitoramento da pandemia divulgado pela SES, na tarde desta sexta-feira (26), cinco regiões do Rio Grande do Sul apareciam com mais de 100% de ocupação nos leitos hospitalares. Além de Bento Gonçalves, aparecem na lista, Lajeado com 146,7%, Santa Cruz do Sul com 105,4%, São Leopoldo com 162,5%, Torres com 100% e Passo Fundo 116% de ocupação de leitos.

A secretária da Saúde, Arita Bergmann, reforçou a necessidade de se fazer um “enfrentamento coletivo” à pandemia. “Precisamos de uma tomada de posição que pode não ser a que gostaríamos, mas a que se faz necessária para frearmos essa escalada do vírus. Precisamos fazer uma mudança para evitarmos o pior, que é perder vidas”, afirmou Arita.

De acordo com ela, a expansão em 125% dos leitos de UTI adulto SUS no Estado foi fundamental para evitar o esgotamento da capacidade hospitalar até aqui, mas a velocidade de propagação do coronavírus e o crescimento das internações por Covid-19 estão muito além do que a estrutura é capaz de suportar.

A Secretaria da Saúde acionou o último nível da fase 4 do Plano de Contingência Hospitalar, montado no início da pandemia. Além da suspensão imediata das cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente), a fase 4 pressupõe a instalação de leitos emergenciais em salas de recuperação e em UTIs intermediárias. Junto à ocupação dessas áreas, devem ser acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem.