Atividade econômica no RS afetada em 94,3% pelas chuvas, revela estudo da FIERGS

2015-04-10_190211

 

Atualização inclui novos municípios, que já são 447 atingidos no RS

 

  Aumentou para 447 o número de municípios (cerca de 90% do total no RS) afetados pelas enchentes, segundo atualização do governo do Estado. Isso representa, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), 94,3% de toda a atividade econômica estadual. “Os locais mais atingidos incluem os principais polos industriais do Rio Grande do Sul, impactando segmentos significativos para a economia do Estado”, afirma o presidente em exercício da FIERGS, Arildo Bennech Oliveira.

A FIERGS atualizou nesta segunda-feira o estudo preliminar, divulgado na semana passada, que incluía 336 municípios, sobre os problemas econômicos decorrentes da catástrofe climática no Rio Grande do Sul. Segundo a entidade, das dez regiões econômicas, as com o maior número de municípios atingidos até 13 de maio são Planalto (94), Missões (87), Vale do Taquari (51) e Central (46). Em relação à atividade econômica, as quatro regiões com maiores municípios com Valor Adicionado Bruto (VAB) potencialmente afetado são: Metropolitana (R$ 108 bilhões), Vale dos Sinos (R$ 65 bilhões), Serra (R$ 47 bilhões) e Planalto (R$ 46 bilhões). Em relação ao VAB da indústria, as regiões com maior atividade industrial potencialmente atingida são: Vale dos Sinos (R$ 25 bilhões), Metropolitana (R$ 17 bilhões), Vale do Taquari (R$ 16 bilhões) e Serra (R$ 15 bilhões).

Em relação aos estabelecimentos industriais, as regiões com a maior quantidade de Indústrias no RS em municípios afetados são Vale dos Sinos (9,1 mil), Metropolitana (8 mil) e Serra (6,6 mil). Já as regiões que mais empregam na indústria do Rio Grande do Sul em municípios atingidos são Vale dos Sinos (184 mil), Metropolitana (128 mil) e Serra (121 mil).

Quanto às exportações apenas da Indústria de Transformação em cidades potencialmente afetadas, se destacam as regiões Sul, com R$ 3,7 bilhões; Metropolitana, US$ 3,2 bilhões; Central, US$ 3,1 bilhões, e Planalto, US$ 2,7 bilhões. Por fim, as regiões com maior impacto potencial sobre a arrecadação de ICMS em estabelecimentos industriais são Vale dos Sinos, com um total de R$ 5,3 bilhões, Serra, R$ 3,5 bilhões, e Metropolitana, R$ 3,1 bilhões.

Entre os locais mais atingidos, na Região da Serra o destaque vai para a produção nos segmentos metalmecânico (veículos, máquinas, produtos de metal) e móveis, enquanto na Região Metropolitana de Porto Alegre estão os metalmecânico (veículos, autopeças, máquinas), derivados de petróleo e alimentos. Já na Região do Vale dos Sinos tem grande relevância a produção de calçados; e no Vale do Rio Pardo, destacam-se os segmentos de alimentos (carnes, massas) e tabaco. Por fim, a Região do Vale do Taquari é forte nos segmentos de alimentos (carnes), calçados e químicos.

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Estudo preliminar dos problemas econômicos decorrentes da catástrofe
climática no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul atravessa a maior catástrofe climática de sua história. As
chuvas em volumes excessivos, que começaram a atingir o estado no final de abril e
prosseguem em maio, provocaram enchentes, deslizamentos de encostas e destruição em
diversas regiões.
As situações de risco enfrentadas pelos municípios do Estado decorrentes desses
eventos meteorológicos estão ocasionando danos humanos – com a perda de vidas –, e
danos materiais e ambientais – com a destruição de moradias, estradas e pontes –, assim
como o comprometimento do funcionamento de instituições públicas locais e regionais e a
interdição de vias públicas.
Em boletim divulgado pela Defesa Civil, com dados até segunda-feira (13/05) às 9
horas, eram 147 óbitos confirmados, 80.826 pessoas em abrigos, 538.241 desalojados,
2.115.703 afetados, 806 feridos e 127 desaparecidos. Esses números já apresentaram
aumento e devem continuar crescendo significativamente. O estado de calamidade pública
foi decretado no Rio Grande do Sul no dia 1º de maio, afetando 447 municípios, o que
corresponde a 89,9% dos 497 municípios do Estado.
Os locais mais atingidos incluem os principais polos industriais do Rio Grande do
Sul, impactando segmentos significativos para a economia do Estado:
• Região da Serra: destaque para a produção nos segmentos metalmecânico
(veículos, máquinas, produtos de metal) e móveis;
• Região Metropolitana de Porto Alegre: destaque para a produção nos
segmentos metalmecânico (veículos, autopeças, máquinas), derivados do
petróleo e alimentos;
• Região do Vale dos Sinos: destaque para a produção no segmento de
calçados;
• Região do Vale do Rio Pardo: destaque para a produção nos segmentos de
alimentos (carnes, massas) e tabaco

• Região do Vale do Taquari: destaque para a produção nos segmentos de
alimentos (carnes), calçados e químicos.
As perdas econômicas são inestimáveis no momento. Uma infinidade de empresas
teve suas dependências completamente comprometidas. Além dos danos gigantescos de
capital, os problemas logísticos devem afetar de forma significativa todas as cadeias
econômicas do Estado. Em boa parte dos casos, não será apenas necessário realizar o
trabalho de desobstrução, mas de reconstrução de estradas, pontes, vias férreas e até
mesmo o principal aeroporto do Estado está com suas instalações comprometidas. Como
consequência inevitável do caos que se instalou em solo gaúcho, muitos postos de trabalho
serão fechados.
A fim de melhor compreender os efeitos sobre o estado do Rio Grande do Sul,
dividimos o estado em 10 regiões econômicas que melhor contemplam as peculiaridades
produtivas da região: Metropolitana, Vale dos Sinos, Serra, Serra Centro, Vale do Taquari,
Central, Planalto, Missões, Campanha e Sul. Além disso, utilizamos o critério mais recente
até esta data adotado pelo Governo do Estado para caracterizar os municípios
considerados atingidos pelas cheias dos rios1

. Abaixo, a tabela consolida as principais
informações econômicas disponíveis:

Dados econômicos dos municípios afetados pelas enchentes do Rio Grande do
Sul em 2024, por região

Como se pode ver na tabela, as regiões com o maior número de municípios atingidos
até o dia 13 de maio foram as regiões Planalto (94), Missões (87), Vale do Taquari (51) e
Central (46). Ali estão contidos os municípios de Passo Fundo, Erechim, Santa Maria e
Santa Cruz do Sul.

No tocante à população potencialmente atingida, as regiões Região
Metropolitana (2,6 milhões) e do Vale dos Sinos (1,5 milhões) despontam como as
potencialmente mais afetadas, muito em razão dos seus populosos municípios às margens
de rios e lagos.

Em relação à atividade econômica, as três regiões com maiores municípios
com Valor Adicionado Bruto (VAB)2 potencialmente afetado eram: Metropolitana (R$ 108
bilhões), Vale dos Sinos (R$ 65 bilhões), Serra (R$ 47 bilhões) e Planalto (R$ 46 bilhões).
Em relação ao VAB da Indústria, as regiões com maior atividade industrial potencialmente
atingida eram: Vale dos Sinos (R$ 25 bilhões), Metropolitana (R$ 17 bilhões), Vale do
Taquari (R$ 16 bilhões) e Serra (R$ 15 bilhões).

No tocante aos estabelecimentos industriais, as regiões com a maior quantidade de
Indústrias no RS em municípios afetados eram: Vale dos Sinos (9,1 mil), Metropolitana (8,0
mil) e Serra (6,6 mil). Quanto aos empregos na Indústria, as regiões com maior número de
trabalhadores potencialmente afetados são: Vale dos Sinos (184 mil), Metropolitana (128
mil) e Serra (121 mil).

Ainda, quanto às exportações da Indústria de Transformação em
cidades potencialmente afetadas, as regiões Sul (R$ 3,7 bilhões), Metropolitana (US$ 3,2
bilhões), Central (US$ 3,1 bilhões) e Planalto (US$ 2,7 bilhões) se destacam. Por fim, as
regiões com maior impacto potencial sobre a arrecadação de ICMS em estabelecimentos
industriais foram Vale dos Sinos (R$ 5,3 bilhões), Serra (R$ 3,5 bilhões) e Metropolitana
(R$ 3,1 bilhões).
Desde o início das enchentes, 447 municípios (cerca de 90% do total do estado) já
foram atingidos em algum grau pela catástrofe. Nestes municípios, residem 10,2 milhões
de gaúchos, de modo que 94% da população gaúcha já foi atingida de alguma maneira
pelas cheias do mês de maio. Além disso, os municípios considerados afetados
representam 94,3% do VAB do Rio Grande do Sul, 96,1% do VAB industrial, 95,6% dos
estabelecimentos industriais, 96,1% dos empregos industriais, 97,1% das exportações da
Indústria de Transformação e 96,9% da arrecadação de ICMS com atividades industriais.

Diante desses números, fica evidente o potencial impacto avassalador das recentes inundações no Rio Grande do Sul sobre diversos aspectos econômicos, refletindo-se em
uma ampla gama de indicadores. Entretanto, é crucial ressaltar que os efeitos desse
desastre natural ainda estão em curso, especialmente considerando a atual devastação
que continua assolando a Zona Sul do estado. Nesse sentido, os números apresentados
aqui representam apenas uma parte do quadro potencial completo, sendo razoável esperar
que o número de municípios atingidos aumente à medida que mais dados forem
disponibilizados e a extensão total do impacto for mais bem compreendida.