Pesquisa foi realizada com 220 animais de estimação; condição pode causar cegueira e insuficiência renal
Estudo revela que 14% dos cães e gatos sofrem de diabetes, apontando a necessidade de cuidados e conscientização dos tutores. De acordo com a pesquisa realizada com 220 animais de estimação pelo Grupo Petlove, o maior ecossistema de animais de estimação do Brasil, a diabetes não é uma doença rara entre os pets, porém, muitos tutores não possuem conhecimento sobre os sintomas e riscos associados à condição.
A diabetes em animais é semelhante à doença nos humanos, com o organismo deixando de produzir insulina suficiente ou não conseguindo utilizá-la adequadamente. A falta de insulina impede que a glicose seja absorvida pelas células, resultando em falta de energia e níveis elevados de açúcar no sangue. Essa condição pode levar a complicações, como cegueira e insuficiência renal.
Por ser uma doença crônica com distúrbios metabólicos, os cuidados com os animais diabéticos devem ser contínuos. Em alguns casos, a aplicação de insulina é necessária como parte da rotina de cuidados.
Os tutores devem ficar atentos a sinais como sede excessiva, aumento do apetite, micção frequente e perda de peso sem motivo aparente. A médica-veterinária Joana Portin, responsável pelo Programa de Cuidados ao Paciente Crônico, enfatiza a importância de conhecer os desafios da doença e se preparar para eles, destacando que o tratamento da diabetes envolve não apenas medicamentos, mas também cuidados diários.
Com o objetivo de oferecer uma melhor qualidade de vida aos pets e fornecer aos tutores autonomia no gerenciamento da doença crônica, um projeto-piloto inédito na medicina veterinária no Brasil foi desenvolvido. O programa auxilia os tutores na identificação de complicações graves e no manejo adequado das crises da doença.
No caso dos gatos com diabetes, é possível alcançar a remissão da doença com o diagnóstico precoce, tratamento adequado, manejo alimentar e controle da glicemia.
Para identificar os primeiros sinais da diabetes nos animais, é importante ficar atento a mudanças de comportamento, como aumento na produção de urina, maior consumo de água, emagrecimento, respiração ofegante, vômitos e falta de apetite. Nos gatos, o “andar plantígrado” – quando caminham encostando o calcanhar no chão – pode ser um sintoma em estágios mais avançados da doença.
A conscientização sobre a diabetes em animais é fundamental para a detecção precoce e o tratamento adequado, visando proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pets afetados por essa condição.