Como ter autoridade com os filhos?

2015-04-10_190211

Regras, normas e mesmo consequências (punições) arbitrárias minam a autoridade

Essa é uma dúvida recorrente. A autoridade dos pais existe, primeiramente, por posição. Você é autoridade sobre seu filho simplesmente por ser mãe ou por ser pai. Não é questão nem de princípios ou moral, é um fato.
“Direito ou poder de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer” é a definição do dicionário para autoridade. Mais do que um direito, porém, é como responsabilidade de ordenar (e aqui fala sobre colocar em ordem e não, simplesmente, mandar) e de decidir.
Os pais respondem legalmente sobre os atos de nossos filhos – que são considerados incapazes diante da lei de cuidar de si próprios -, por isso têm a responsabilidade e dever de atuar e de se fazer obedecer pelo bem deles.
Porém, é preciso manter essa posição e fazer valer a autoridade dos pais no dia a dia, sem cair no autoritarismo – aquele cenário em que o pai tem que exigir obediência simplesmente “porque quem manda aqui sou eu”.

Como ter autoridade
É bom usar a figura de uma árvore para a autoridade.
Porque a obediência dos filhos e o respeito na relação com pai e mãe são apenas frutos da árvore de autoridade. E não é só o surgimento deles que fala, mas também a sua qualidade. São frutos bons? Obediência respeitosa e alegre?

Ou são frutos ruins? Uma rebeldia disfarçada de atitudes aceitáveis, resultados de uma autoridade mal estabelecida ou que pende para o autoritarismo?
Para fazer a autoridade do pai e da mãe ser estabelecida e crescer como uma árvore saudável, é preciso nutrir com três elementos essenciais.
Exemplo de caráter que gra admiração
Respeitamos quem admiramos!
Quando somos pessoas com um caráter exemplar geramos nos filhos admiração, que leva ao respeito a nossa autoridade e consequente obediência àquilo que se estabelece.
Nossos filhos precisam enxergar nos pais modelos de honestidade, felicidade e bem estar geral. Eles devem querer ser como os pais e ter uma vida como a deles. Isso gera o entendimento de que “vale a pena ouvir esse adulto porque ele sabe o que está falando. Eu quero chegar aonde ele chegou, por isso vou andar no caminho que ele indicar”.
Isso não significa que os pais são perfeitos. Todos erram. Mas se busca ser pessoas que estão sempre buscando melhorar, que consertam seus erros e vivem uma vida admirável.
Consistência que gera segurança
Crianças precisam de segurança dentro de seus lares para crescerem emocionalmente saudáveis.
Assim, como elas precisam de refeições nutritivas três vezes ao dia para o corpo crescer, o seu desenvolvimento emocional e cognitivo está ligado à segurança que os pais proporcionam através de atitudes consistentes.
Limites, rotina, normas e consequências que sempre se cumprem da mesma maneira promovem essa confiança dos filhos nos pais. Eles observam que seus pais são sempre consistentes, cumprem a sua palavra, cuidam da sua casa com firmeza, são dignos de crédito. Isso fortalece a autoridade.

Amor expresso
A autoridade é firmada pelo senso de cuidado. O ser humano, instintivamente, preza pela autopreservação. Ao se sentir amado, objeto de atenção e afeto de alguém, sente-se seguro a confiar.
Quando nossos filhos sabem que os amamos – e demonstramos isso de diversas maneiras, inclusive com o discurso “isso é para o seu bem” – eles têm maior facilidade em reconhecer a autoridade e responder com obediência e confiança àquilo que é estabelecido pelos pais.
Crianças que não se sentem amadas (e importante dizer que isso não significa que não são amadas, e sim que não se sentem assim) têm dificuldade em confiar em seus pais e, consequentemente, em respeitar a autoridade.
Quando falo de se sentir amado, não é simplesmente o amor no sentido de carinho, afeto físico ou relações familiares. Se assim fosse, professores ou entidades governamentais, por exemplo, teriam dificuldade de estabelecer sua autoridade.
Nesse aspecto, o amor é o senso de cuidado e de querer bem. A criança precisa entender que aquela autoridade busca o seu bem, o seu interesse maior. E isso acontece não apenas nas palavras (ainda que sejam importantes), mas também no estabelecimentos de regras, normas ou ordens que, de fato, buscam o bem da criança e são estabelecidas em amor.
Regras, normas e mesmo consequências (punições) arbitrárias minam a autoridade.