Vodca e energético: combinação associada à agressividade, alertam pesquisadores

2015-04-10_190211

Estudo aponta: mistura têm seis vezes mais chances de envolvimento em confrontos e duplicam a probabilidade de exploração sexual

Especialistas americanos estão alertando sobre os perigos do consumo combinado de bebidas alcoólicas e energéticos, particularmente vodca com Red Bull, alegando que essa mistura pode provocar um comportamento mais violento nos consumidores. Essa conclusão é proveniente de uma pesquisa publicada na revista Clinical Psychology Review, que analisou 17 estudos internacionais realizados entre janeiro de 2002 e março de 2023.

De acordo com os pesquisadores, indivíduos que consomem essa combinação podem se tornar seis vezes mais propensos a envolverem-se em brigas e duas vezes mais dispostos a praticar exploração sexual. “Adicionar uma bebida energética encobre os efeitos sedativos que ocorrem em níveis moderados a altos de intoxicação. Isso é algo chamado ‘embriaguez desperta'”, explicou Amie Haas, coautora do estudo.

Os estudos revisados envolveram homens e mulheres de até 25 anos e focaram na influência das bebidas energéticas alcoólicas na agressão física e verbal, assim como agressão sexual, coerção e vitimização. Bebidas energéticas alcoólicas pré-misturadas e feitas à mão também foram incluídas na pesquisa.

Enquanto alguns especialistas argumentam que a proibição da venda de tais bebidas em bares e baladas poderia reduzir a violência, nenhum deles demandou uma proibição total. De acordo com a coautora do estudo, estabelecimentos que oferecem a bebida devem estar cientes de que a violência pode ser mais intensa.

O estudo também descobriu que, mesmo em noites em que se restringem a bebidas comuns, indivíduos que consomem misturas de bebidas energéticas tendem a exibir o mesmo nível de agressão, sugerindo que não é a bebida em si que causa agressão, mas as pessoas que a escolhem são mais propensas a serem violentas.

Embora o consumo moderado de álcool seja definido como duas doses ao dia para homens e uma dose para mulheres, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta que não existe um padrão de consumo de álcool absolutamente seguro. A OMS estima que 3 milhões de pessoas morrem no mundo periodicamente devido ao excesso de álcool.