Tornar-se mãe, é um dos momentos mais especiais e sentimentais que uma mulher pode passar. O período da gravidez e do puerpério, podem ser muito conturbados para maioria delas, não é para menos, afinal, quantas mudanças no corpo e na vida as mulheres passam neste momento?
Após o nascimento do bebê, a mãe vive uma ebulição de sentimentos ocasionados principalmente pelas alterações hormonais, o que pode intensificar-se e acabar trazendo sensações de tristeza e melancolia.
As mães acabam se culpando por estar sentindo tristeza em um momento que acredita ser de alegria, afinal, estão com seu maior bem em seus braços. O que acaba aumentando a tristeza.
É importante que a mãe exponha o que está sentindo para que tudo não se agrave e venha a provocar uma depressão. Estar passando por esse momento de tristeza não significa que a mãe não esteja feliz em estar com o seu bebê.
Toda essa variação emocional é provocada por diversos fatores, tais como: uma rotina nova, uma forma física diferente (que normalmente não está agradando), o medo de não dar conta e de ter uma vida indefesa em suas mãos, todas as expectativas sobre futuro e uma série de outras questões que mechem com o psicológico das mulheres.
Este período de variações hormonais que provocam a instabilidade do humor, é caracterizado como baby blues e de acordo com a American Pregnancy Association, entre 70% a 80% das recém-mães, passam por momentos de sentimentos negativos ou alterações de humor após o nascimento de seu filho.
Para a psicóloga e professora Silvia Sueli de Souza Maia, a tristeza materna, começa dois a três dias depois que o bebê nasce e dura até duas semanas.
Saiba quais os sintomas do baby blues: maior sensibilidade emocional; constante vontade de chorar; comentários autodepreciativos; insegurança; impaciência; ansiedade; insônia; mudança brusca de humor
A tristeza que o baby blues provoca, não afeta as atividades ou cuidados da mãe com o bebê.
E se não passar?
Caso o sentimento de melancolia e tristeza não passe, ou caso ele se manifeste de forma muito intensa, de forma que venha a atrapalhar a mãe, fazendo com que ela não tenha motivações diante de sua nova vida e realidade, pode ser que ela esteja em quadro depressivo.
Para a psicóloga Silvia Maia, a depressão acaba fazendo com que a mãe tenha menos interação com o seu bebê.
Com a depressão pós parto, todos os sintomas do baby blues são potencializado e outro aparecem, a recém mãe apresenta irritabilidade, choro frequente, desesperança, solidão, falta de energia e motivação, desinteresse em ter relações sexuais, transtornos alimentares e outras situações que desestabilizam a vida da mãe.
A depressão pós-parto tem como principal causa o enorme desequilíbrio de hormônios reprodutivos no pós-parto. Diversos fatores podem aumentar os sintomas, tais como: a privação de sono, isolamento, alimentação inadequada e falta de apoio do parceiro.
Na maioria das vezes, a depressão pós-parto se manifesta nas mães que já tiveram a doença em algum outro momento da vida.
Além disso, alguns outros fatores podem desencadear a depressão pós-parto: ter transtornos emocionais como: depressão, ansiedade, bipolaridade, entre outros; tenha tido depressão pós-parto em uma gravidez anterior; ter histórico de depressão na família; ter passado por eventos estressantes durante o período da gravidez, tais como: complicações, doença, perda de emprego; ter dificuldades para amamentar; caso o bebê tenha nascido com problemas de saúde; ter problemas de relacionamento com o cônjuge ou familiares.
Causas de baby blues
Algumas causas de incidência do baby blues são investigadas pelos especialistas, que acreditam que a condição está relacionada às alterações hormonais do pós-parto.
Há também, a hipótese de que fatores químicos que possam desencadear o baby blues, a enorme queda nos hormônios estrogênio e progesterona. Essas mudanças podem contribuir para um quadro de tristeza.
Pode haver também a queda de hormônios produzidos pela glândula tireoide que também podem cair bruscamente, aumentando o cansaço e tristeza. As mudanças no volume sanguíneo, pressão arterial, sistema imunológico e metabolismo podem contribuir para a fadiga e alterações de humor.
Tratamento
Para a psicóloga Silvia, não há necessidade de que seja feito um tratamento para o baby blues, mas é fundamental o apoio do companheiro (a) e da família. A psicóloga afirma: “Esse acolhimento e auxílio para lidar com o período contribuem para que haja uma regulação dos hormônios e ajudam a mãe a se acostumar com a nova rotina”.
Confira as ações que podem minimizar os sintomas do baby blues:
Fale sobre o que você sente, já que expor o que sente, pode contribuir para ter mais clareza sobre as sensações que se manifestam.
É fundamental que a mãe tenha uma alimentação equilibrada. Principalmente os alimentos ricos em ômega 3, podem ajudar na manutenção e equilíbrio das funções cerebrais.
Não tenha vergonha de pedir ajuda, tente dividir atividades da rotina com uma pessoa que confia, seja o companheiro, alguém da família ou uma secretária do lar.
Não busque a perfeição! Tudo está fora do seu controle, aceite isso, faça o seu melhor e se liberte da busca de ser perfeita. Quando o baby blues for diminuindo, você terá mais disposição para fazer todas as suas tarefas com mais ânimo e disposição.Não ache que só você passa por esse problema, qualquer mulher pode manifestar essa condição. Se você achar que as emoções, tristeza, falta de ânimo estejam muito fortes e que isso esteja te paralisando, busque ajuda profissional.