Animais desmaiam de fome e sede com a seca no Oeste Gaúcho
Nenhuma região do Rio Grande do Sul está sofrendo com a estiagem tanto quanto o Oeste do estado, em áreas próximas da Argentina, onde no setor Nordeste do país vizinho está o centro da seca excepcional que afeta a região.
A falta de chuva longo dos últimos meses são enormes e o acumulado é o maior das últimas décadas.
Em 2023 predominaram os volumes de chuva abaixo da climatologia histórica com que volumes altos muito pontuais e isolados.
Em algumas cidades, o volume total de chuva em janeiro superou a média mensal, contudo na esmagadora maioria das cidades a chuva fico muito abaixo do normal para o mês.
Uruguaiana registrou o menor acumulado do mês entre as estações oficiais com míseros 16,8 mm ou apenas 12% da média histórica mensal. Foi o terceiro menor acumulado mensal de janeiro desde de 1961. Em 1980, em janeiro excepcionalmente seco, choveu 7,3 mm e em 1962 o acumulado mensal foi de 14,9 mm.
Assim, Uruguaiana enfrentou o janeiro mais seco desde 1980, ou seja, dos últimos 43 anos. Próximos de Uruguaiana, no Oeste e no Sudoeste do estado, o município de Quaraí teve 42,4 mm e Santana do Livramento 48,8 mm. Já São Borja registrou ínfimos 23,2 mm (18% da média histórica). Os dados servem para ilustrar quão severa é a estiagem à medida que se avança para Oeste no Rio Grande do Sul.
Cenas Dramáticas
Cenas dramáticas comoveram ontem produtores rurais de Uruguaiana, no Oeste do Rio Grande do Sul. Na região do Garupá, onde predominam solos rasos e de origem basáltica, a vegetação é tão rara que alguns criadores registraram o desmaio de animais por fraqueza.
Os animais tombaram de fome e sede. “Os 18 animais foram transportados de caminhonete para se alimentarem no entorno da sede, no que denominam de piquete de enfermarias, onde pelo menos água é servida ao lote debilitado”, assinalou o extensionista da Emater Emanoel Torres Nunes.
Foto EMANOEL NUNES/ESPECIAL/CORREIO DO POVO