Sindiserp homenageia mães contando a história de Dona Eunice
“Vocês não são da minha barriga, mas do meu coração. São filhos do meu coração”. Com essa frase, Eunice Bavaresco (77 anos), explicou aos sete filhos adotados o quanto eles eram amados e desejados na família que foi constituindo em 48 anos de união com o marido Cláudio. E conhecer essa história foi uma grata satisfação para a presidente do Sindiserp, Neilene Lunelli, pois na semana em que definiu a mensagem para o Dia das Mães recebeu a visita da Dona Eunice e o filho Guilherme e tomou conhecimento da trajetória da família Bavaresco. “Foi mais que uma coincidência. O tema que escolhemos neste ano foca o ser mãe, de barriga ou de coração. E recebemos a Dona Eunice na sede do Sindicato, viúva de um servidor público, que veio com o filho Guilherme buscar informações sobre curso. Ao conhecer a sua história resolvemos fazer dela uma homenagem à todas as mães” comenta a Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais. A mensagem do Sindiserp diz: “Mãe de barriga ou mãe de vida, mãe desde sempre ou escolhida … os tipos mudam, mas o amor não”.
Eunice Bavaresco viveu uma linda história com Cláudio Bavaresco (recentemente falecido) com direito a cartas de amor, declarações apaixonadas, flores e muita união. Ela passou por uma gravidez psicológica e quando o casal descobriu que não podia ter filhos biológicos decidiu, sem hesitação, adotar. “Lembro deste dia com muita emoção. Meu marido pegou na minha mão e disse: “amor, vamos adotar uma criança”. Respondi: “só se for sete”. Ele apontou o dedo para o céu e comentou: “Deus que sabe”. E Deus colocou em nossas vidas, sete adoráveis crianças. Todas maravilhosas. Meus filhos, cuidados e educados com muito amor e carinho” conta Dona Eunice.
Patrícia, hoje com 51 anos, foi a primeira a integrar a família, quando residiam em Santa Maria. Logo depois, o casal adotou Fernando, agora com 33 anos. O juiz, 15 dias depois, pediu se Eunice e Cláudio aceitavam adotar a irmã de Fernando. A resposta foi um sorridente “sim” e Luciane, que está com 34 anos, foi acolhida na família Bavaresco.
Quando se mudaram para Porto Alegre, os irmãos Fernandinho e Aparecida ficaram sob a guarda do casal. “Tenho uma dor de saudades. Os irmãos ficaram apenas cinco anos conosco e por solicitação dos pais, as crianças voltaram à família de origem. Mas foram meus filhos, por pouco tempo fisicamente e para sempre no meu coração”, conta.
Mais tarde se estabeleceram em Bento Gonçalves. Numa casa alugada no Barracão, fizeram dela o lar de Guilherme, atualmente com 30 anos e mais tarde de Henrique, que tem 15 anos. Os dois ainda moram com a mãe, no bairro Imigrante. Guilherme passou os últimos anos cuidando do pai, que faleceu cerca de 3 meses. “Meu pai sempre foi uma extensão do meu ser. Minha mãe é meu porto seguro, meu refúgio. Se estamos vivos é porque eles nos acolheram e nos criaram como filhos, com muito carinho e amor. Nunca nos faltou nada, ao contrário, somos uma família que transborda desses sentimentos. Somos felizes!” comenta Guilherme.
Dona Eunice se emociona ao falar do marido e enche os olhos de lágrimas. Mas ela diz que são por lembranças felizes, pela família que construíram junto e por tudo que passaram, sem esmorecer. Os braços que tanto trabalharam, como doméstica, fazendo crochê e tricô e pintando panos de prato, para ajudar no sustento da casa, são os que acolhem os filhos, os três netos, o bisnetos, os amigos e quem tem a grata satisfação de visitá-la. E, mesmo não tendo sido alfabetizada, escreve uma história que deve ser contada e aplaudida pelo exemplo que se tornou.
A Presidente do Sindiserp Neilene Lunelli conheceu a história de Dona Eunice, que visitou a entidade na companhia do filho Guilherme