Tumor de paciente com câncer no cérebro regride dias após terapia com células CAR-T, mostra estudo

2015-04-10_190211

Um homem de 72 anos diagnosticado com uma forma altamente agressiva de câncer cerebral, conhecida como glioblastoma, apresentou uma notável regressão no tamanho do tumor dias após ser submetido à terapia com células CAR-T.

A partir disso, encontraram uma forma de encorajar as células a também produzirem anticorpos que procuram EGFRs não variantes. Reportagem do Science Alert destaca que, embora essas proteínas geralmente não sejam expressas pelas células cerebrais, são encontradas nas células cancerígenas.

Os cientistas realizaram testes laboratoriais pré-clínicos e descobriram que a terapia com moléculas de anticorpos que envolvem células T funcionou como esperado no local do tumor, recrutando até mesmo outras células T reguladoras para se juntarem à luta.

Nos ensaios clínicos fase 1, focados em avaliar a segurança do procedimento e o seu potencial como tratamento, apenas três pacientes foram recrutados, todos com diagnóstico de uma forma de glioblastoma que expressa a variante EGFR.

O primeiro paciente, um homem de 72 anos, foi tratado anteriormente com radioterapia, mas sem sucesso. Poucos dias após receber a infusão de células Car-T, o exame de ressonância magnética mostrou redução significativa no tamanho do tumor. Mas alguns meses, ele voltou a crescer.

O mesmo aconteceu com uma mulher de 57 anos. Embora seu tumor tenha regredido quase completamente cinco dias após a terapia, o câncer mostrou sinais de recuperação um mês depois.

Com o terceiro paciente, o homem de 72 anos que destacamos no início dessa matéria, foi diferente. Nele, não houve sinal de retorno do câncer após a infusão. “Nosso estudo das células T CARv3-TEAM-E fornece prova de princípio de que múltiplos antígenos de superfície podem ser direcionados simultaneamente com o uso de células CAR-T e confirma que o EGFR é um alvo imunoterapêutico adequado no glioblastoma”, escreveram os cientistas em artigo publicado no The New England Journal of Medicine.

Mais estudos e testes deverão ser realizados para confirmar a eficácia do tratamento. Mas os pesquisadores afirmaram estar otimistas.