Tacchini usa o procedimento de forma isolada e, a critério do médico assistente, seguindo protocolos definidos pela instituição de saúde
O Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves, aderiu ao uso de plasma convalescente para tratamento de pacientes graves diagnosticados com covid-19. A primeira transfusão foi realizada no dia 28 de julho. Até terça-feira (11), a instituição já havia realizado o procedimento em quatro pacientes, sendo que a quarta transfusão aconteceu no último dia 7. Não há detalhes sobre o estado de saúde de quem recebeu a doação. O procedimento consiste em aplicar a “parte líquida do sangue”, de pessoas que já se curaram do novo coronavírus, em pessoas que ainda estão lutando contra a doença. O plasma é a parte do fluido sanguíneo onde estão localizadas diversas proteínas, entre as quais estão os anticorpos, responsáveis pelo combate às mais variadas doenças.
Ao contrário, do Hospital Virvi Ramos, em Caxias do Sul, que realiza as transfusões desde 26 de maio e conta com projeto de pesquisa aprovado na Plataforma Brasil para a metodologia, no Tacchini o plasma será usado como terapia compassiva. Ou seja, a utilização será de forma isolada e a critério do médico assistente, seguindo os protocolos definidos pela instituição, permitido pelo Ministério da Saúde. O procedimento terá como princípio a transfusão a pacientes com quadros graves, que ameacem a vida, e cujas alternativas de terapias com medicamentos e metodologias registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já tenham sido esgotadas.
Várias linhas terapêuticas têm sido investigadas para tratamento dos sintomáticos devido à infecção pelo vírus. Mas, até o momento, ainda não existe aprovação ou indicação de cura da doença. O Hemocs forneceu oito bolsas de plasma convalescente para Bento Gonçalves, de doadores distintos. Outros hospitais brasileiros também passaram a realizar o tratamento recentemente em busca de terapias que possam combater a covid-19. Desde o dia 27 de julho, o Hemocentro, além do bloco sorológico já realizado no sangue de forma convencional, passou a testar também para a covid-19, o que vem possibilitando a seleção de plasma convalescente dos doadores de sangue total. Dessa forma, todo o doador de sangue total pode ser visto como um potencial para o plasma convalescente.