Tecnovitis debateu o presente e futuro da cadeia de vitivinicultura

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Feira de Tecnologia para a Viticultura recebeu mais de 8 mil pessoas e foi palco de diversas iniciativas

Bento Gonçalves viveu intensamente três dias de imersão ao cenário produtivo da vitivinicultura. O Complexo Villa Michelon, no Vale dos Vinhedos, recebeu a 4ª edição do Tecnovitis – Feira de Tecnologia para a Viticultura – realizada entre os dias 1º a 3 de dezembro. Mais de 8 mil visitantes vieram acompanhar as novidades da cadeia produtiva, através de lançamentos e exposições de maquinários para o setor, além de iniciativas que buscaram melhorar os resultados no campo.

O encontro também foi sede de importantes debates para prover melhores condições de trabalho e valorização das produções, como a Audiência Pública da Frente Parlamentar de Apoio à Vitivinicultura da Câmara dos Deputados, e ainda a Frente Parlamentar da Vitivinicultura e Fruticultura da Assembleia Legislativa. Entre as principais pautas tratadas, a revisão da tributação do vinho para melhor condição de competitividade, até incentivos e mecanismos para prover insumos para a vitivinicultura.

A Tecnovitis também foi palco da reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Viticultura, Vinhos e Derivados, que debateu a atualização do Cadastro Vitícola e Vinícola Nacional, o autocontrole das empresas fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além de recomendações para o aprimoramento do marco legal das Indicações Geográficas.

“Melhores meios para competir”

Durante as palestras, o presidente do Sindicato Rural da Serra Gaúcha (SRSG), Elson Schneider, levantou três assuntos dos quais considera primordiais para elevar o patamar de competitividade da vitivinicultura regional, frente aos desafios de mercado. A revisão das políticas públicas ambientais relacionadas a demarcação rural, tendo em vista que para cada área produtiva, 30% pertence ao governo em forma de reserva legal e áreas de preservação permanente (APP).

Schneider ainda sugeriu a proibição do recebimento – por parte da indústria – da uva com menos de 10 graus Babo para a produção de sucos e vinhos, solicitando a colaboração de todos os envolvidos na cadeia produtiva. E por fim, chamou atenção para questões relacionadas às cargas tributárias sobre o setor. “Só peço que me deem a mesma inchada do alemão ou do chileno, e veremos quem é mais competitivo no mercado mundial”, sentenciou.

Sacrifício, trabalho e economia

Outro ponto alto do encontro foi a presença do cônsul geral da Itália no Rio Grande do Sul, Roberto Bortot. Em sua manifestação, o cônsul lembrou da trajetória de seus antepassados em terras estrangeiras, na busca por um futuro melhor, mencionando que a Serra Gaúcha não parece estar em outro país, mas sim em uma localidade na própria Itália. “A sorte dos italianos foi terem vindo para esta região. É difícil encontrar uma terra assim. E a evolução deste povo está atrelada ao trabalho, a capacidade de sacrifício e de economizar. As pessoas chegaram aqui com nada e criando muito”, destacou.

Bortot finalizou enaltecendo a paixão dos ítalo-brasileiros pela pátria mãe, destacando que nem no país natal se vê tanto amor por sua terra de origem. “Antigamente os pais corriam atrás dos filhos, hoje é o contrário, em razão da busca pela dupla cidadania”, finalizou. Ao final da sua manifestação, Bartot apontou que as empresas participantes do Tecnovitis deste ano irão garantir o patrocínio da próxima edição.