Cientistas testaram combinação de estimulação cerebral com treinamento cognitivo em busca de uma alternativa às intervenções farmacológicas
Um experimento conduzido por pesquisadores da Universidade de Surrey, na Inglaterra, e da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, abriu caminho para uma nova forma de tratamento para crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Publicado na revista científica Translational Psychiatry, o trabalho avaliou o uso de uma combinação inédita de estimulação cerebral não invasiva com treinamento cognitivo, e obteve resultados animadores na melhora dos sintomas.
O professor de neurociência cognitiva da Universidade de Surrey Roi Cohen Kadosh, chefe da Escola de Psicologia da instituição, explica que o método busca ser uma alternativa às terapias farmacológicas atuais devido aos efeitos colaterais que podem ser associados, como diminuição do apetite e problemas de sono.
“Acredito que a comunidade científica tem o dever de investigar e desenvolver métodos cada vez mais eficazes e duradouros para o TDAH. Os resultados sugerem que uma combinação de estimulação transcraniana por corrente contínua (tRNS), que se mostrou segura com efeitos colaterais mínimos, tem o potencial de transformar a vida de crianças e suas famílias. (…) No futuro, poderá fornecer uma alternativa à medicação como via de tratamento”, diz ele, que é um dos líderes do experimento.
O TDAH é um transtorno que impacta a atenção, a atividade e a impulsividade do indivíduo, se manifestando por meio de sintomas como dificuldades no foco, memória e autocontrole. Geralmente é diagnosticado na infância, e estimativas apontam que 5,2% das crianças vivem com o quadro. O tratamento padrão é feito com medicamentos e psicoterapia.