‘Taxa Rosa’: mulheres pagam mais por produtos semelhantes aos dos homens

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Mesma composição, função, mas pintados de rosa: itens são cobrados com preço maior quando são oferecidos para o público feminino

Apesar de não admitirem a prática, as idas ao mercado e farmácias mostram a realidade: mesmo produto, mas com cor de embalagem diferente e voltadas ao público feminino são mais caros que os masculinos. É a conhecida ‘taxa rosa’, quando itens são cobrados com preço maior por serem voltados às mulheres.

Para a economista Paula Sauer, um dos motivos para a ‘taxa rosa’ ocorre porque as mulheres são a maioria na hora de controlar os gastos. “A mulher cuida mais do orçamento doméstico, então na hora de fazer a compra ela é a responsável. Então a escolha do produto ela faz”, diz. Ou seja, as empresas tentam estimular a compra de produtos voltados para elas, cobrando a mais.

Nada disso é novo, estudos já identificaram a diferença de cobrança em diversos países além do Brasil. Mesmo assim, muitas não se dão conta e as mulheres seguem pagando mais, mesmo ganhando 17% a menos, segundo o IBGE.

“Não é ilegal a prática, mas é imoral. Por isso, se for comprar um produto, compre o voltado ao público masculino, porque é mais barato”, indica a economista.

Uma pesquisa da ESPM, realizada em 2018, foi amplamente divulgada como forma de mostrar, com indicadores, como funciona a desigualdade no mercado. Segundo a pesquisa, produtos rosas e/ou com personagens femininos são, em média, 12,3% mais caros do que os regulares.