Subvariante é mais infectante, escapa das vacinas e pode prolongar picos de contágio

2015-04-10_190211

A BA.2 se mostra ainda mais infectante e escapa das vacinas mais do que a Ômicron original.

A BA.2, uma subvariante da Ômicron, acendeu o sinal de alerta na comunidade científica e nas autoridades de saúde. Isso porque ela parece ser mais transmissível que a BA.1, nome da versão original da Ômicron, e tem maior capacidade de infectar pessoas vacinadas, de acordo com um recente estudo dinamarquês. Devido a essas características, especialistas acreditam que sua disseminação pode causar um pico mais alto de infecções em locais que ainda não atingiram o ápice da onda iniciada pela BA.1 e retardar o declínio de casos nos países que já atingiram o pico.

“A BA.2 se mostra ainda mais infectante e escapa das vacinas mais do que a Ômicron original. Seu avanço deve arrastar um pouco a onda que achávamos que iria cair tão rapidamente quanto subiu. Mas não vai haver um novo pico”, diz o médico geneticista Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba.

Na terça-feira, Boris Pavlin, da Equipe de Resposta à Covid-19 da Organização Mundial da Saúde, admitiu que a BA.2 está rapidamente substituindo a BA.1 e se tornando a cepa dominante, mas ressaltou que é improvável que ela cause um impacto “substancial”.

“Olhando para outros países onde o BA.2 está ultrapassando [a BA.1] agora, não estamos vendo nenhum aumento maior nas hospitalizações do que o esperado”, explicou Pavlin em coletiva de imprensa.

A BA.2 tem 32 das mesmas mutações da BA.1, mas também tem 28 que são diferentes. Alguns pesquisadores afirmam que as duas linhagens são tão diferentes que a BA.2 deveria receber um nome próprio e ser classificada como uma nova variante de preocupação e não como uma subvariante da Ômicron.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), responsável por essa classificação, ainda não deu indícios de que isso possa acontecer.