Sonda espacial chinesa encontra indícios de água em Marte

2015-04-10_190211
Estimativa anterior era que água havia desaparecido do planeta vermelho há 3 bilhões de anos

Graças ao rover chinês Zhurong, foram descobertas que o planeta Marte tinha água correndo por sua superfície em épocas muito mais recentes do que antes imaginadas, há “apenas”  700 milhões de anos.

Até então, estimava-se que o planeta, hoje é seco e frio, havia se tornado assim há cerca de 3 bilhões de anos, durante o fim do período Hesperiano, um dos mais antigos do planeta vermelho. Esse período, que começou há cerca de 3,7 bilhões de anos atrás, foi precedido por outros dois, o Noachiano e Pré-Noachiano.

As novas informações colocam a existência de água em Marte até épocas muito mais recentes, há cerca de 700 milhões de anos atrás, ou seja, durante o período Amazônico, que dura desde o fim do Hesperiano até agora.

O robô espacial, que completou um ano de exploração no solo marciano neste domingo (15), coletou seus dados no interior e nos arredores da cratera Utopia Planitia, a maior bacia de impacto conhecida em Marte, com cerca de 3300 quilômetros de diâmetro.

Durante esse tempo, ele usou seus dois espectrômetros para analisar rochas, além de tirar fotos das formações utilizando sua câmera de microimagem e explodir os fragmentos com seu lazer para analisar a fumaça liberada.

Ao comparar as informações enviadas pelo robô, a aquelas encontradas em formações rochosas Terra, os pesquisadores da Academia Chinesa de Ciência descobriram que algumas delas são minerais hidratados, ou seja, que contém água. Além disso, a sonda marciana também encontrou exemplos de duricrust, cuja formação demanda uma grande quantidade de água subindo à superfície, ou uma grande quantidade de gelo derretido.

Por conta disto, os pesquisadores concluíram que a água deve ter persistido em Marte por mais tempo do que se pensava. Os cientistas também sugerem que há a possibilidade de ainda haver gelo abaixo do solo.

“O mais significativo e inovador é que encontramos minerais hidratados no local de desembarque (do rover) que fica no jovem terreno amazônico, e esses minerais hidratados são indicadores para as atividades aquáticas, como água subterrânea”, afirmou Yang Liu, principal autor do estudo.