Solteiros são mais vulneráveis ao Alzheimer, diz estudo

2015-04-10_190211
Pesquisadores da Universidade College London, no Reino Unido, analisaram 15 estudos com dados sobre casos de Alzheimer e estado civil de mais de 800.000 pessoas na Europa

O risco chega a ser 42% maior em relação aos casados. Uma das possíveis razões é falta de interação social

Segundo um novo estudo publicado no periódico científico Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry, pessoas solteiras têm mais risco de desenvolver Alzheimer — 42% maior em comparação aos casados.
Pesquisadores da Universidade College London, no Reino Unido, analisaram 15 estudos com dados sobre casos de Alzheimer e estado civil de mais de 800.000 pessoas na Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia. Na análise, os solteiros mostraram-se 42% mais propensos ao Alzheimer em comparação aos casados.
Os viúvos tiveram um risco 20% maior comparados aos casais.

Interações sociais
Diferentes níveis de interação social no cotidiano podem explicar essa nova descoberta, levando em conta que os viúvos e os solteiros são os mais vulneráveis. Além disso, estudos anteriores já sugeriram a tendência de um estilo de vida mais saudável entre os casais, que também procuraram se engajar em atividades sociais juntos.
Enquanto isso, o risco do Alzheimer observado entre os viúvos, em comparação aos casados, pode ser devido ao estresse, o luto e a solidão que sucedem a perda de um parceiro. Outra explicação para essas tendências para solteiros e viúvos pode estar associada a aspectos cognitivos, comportamentais, socioeconômicos e genéticos.
Mas esse não é o primeiro estudo sugerindo a importância das interações sociais para a saúde. No mês passado, uma pesquisa publicada no Journals of Gerontology mostrou que ter amigos próximos pode ajudar a prevenir doenças mentais. Além disso, segundo o estudo, a qualidade das amizades é mais importante do que a quantidade de amigos que se tem.
“Uma coisa que acontece quando se está desenvolvendo Alzheimer é o acúmulo de dano estrutural no cérebro”, disse Andrew Sommerlad, psiquiatra da instituição e um dos pesquisadores do estudo, ao The Independent. “Nós acreditamos que isso pode esse risco de dano pode ser reduzido ao seguir dietas saudáveis, praticar exercícios e tratar doenças crônicas, como o diabetes.”
“É possível desenvolver a capacidade mental, chamada de reserva cognitiva, oferecendo uma maior resistência aos danos cerebrais, que surgem com a idade. Você pode fazer isso engajando-se nos estudos e mantendo uma vida social ativa.”