O Programa Alimentos Seguros – PAS Uva no módulo Boas Práticas Agrícolas foi criado para atender demandas exigidas pela legislação e reduzir os riscos de contaminação de produto, do trabalhador e do meio ambiente, possibilitando a implantação da rastreabilidade. O projeto foi gerenciado pelo Ibravin, com execução do Senar/RS e Sebrae/RS e Embrapa. Segundo os coordenadores do programa este projeto é um trabalho de longo prazo que está sendo desenvolvido desde 2012, com certificação, conceitos como qualidade, segurança básica, registros e documentação incluindo produtores rurais na inclusão da rastreabilidade. A coordenadora destaca que, por trás dos 171 certificados estão mais famílias que também se capacitaram, o que aumenta o alcance do programa.
160 viticultores gaúchos que foram qualificados no módulo de atualização e o aprimoramento, em 2015 e 2016, participaram, entre os dias 29 de outubro e 9 de novembro deste ano, da capacitação em tecnologia de aplicação de agrotóxicos.
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Os treinamentos, realizados em formato de dias de campo, nas cidades de Antônio Prado, Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves, Cotiporã, Garibaldi e Monte Belo do Sul, instruíramos agricultores sobre a regulagem de equipamentos para pulverização de defensivos agrícolas. Nesse período também foram realizadas 28 reauditorias com os produtores, com objetivo de avaliar a manutenção das atividades e controles referentes às boas práticas.
Um princípio básico das boas práticas é o alinhamento ao conhecimento disponível, visando à segurança do alimento e incorporando aos sistemas de produção as tecnologias capazes de minimizar os riscos à saúde do consumidor. “Isso depende de ciência, pesquisa, desenvolvimento e tecnologia”, declara Alexandre Hoffmann, pesquisador da Embrapa e um dos pioneiros por colocar em pauta o Programa de Alimentos Seguros na agenda de pesquisa da Empresa.
Da mesma forma o chefe geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Celso Zanus, acredita que o cidadão urbano, ao requerer um alimento seguro e sem contaminantes, vai demandar dos agricultores uma profissionalização da atividade, na qual o controle de pragas e doenças é bastante desafiante, sobretudo na Serra Gaúcha. “Hoje já dispomos de tecnologia, estratégias e conhecimento. Agora precisamos de evidências e certificação para conquistar o mercado interno e externo”, destacou Zanus.
1º Seminário do PAS – Uva para Processamento
José Eduardo Brandão Costa, diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) abriu as palestras falando sobre a necessidade de rastreabilidade em frutas e hortaliças frescas, isto é, conhecer o histórico e o conceito de rastreabilidade para monitorar e controlar resíduos de agrotóxicos nesses alimentos.
Na sequência, o engenheiro agrônomo Carlos Frederico Alencar Ribeiro divulgou o software de rastreabilidade Agri Trace Vegetal, sistema do Instituto CNA para fins de monitoramento e controle de resíduos de defensivos agrícolas, em todo o território nacional, que atende a Instrução Normativa Conjunta ANVISA /DAS-MAPA nº 2
A fiscalização no armazenamento de agrotóxicos e o descarte de embalagens vazias, além do uso de EPIs, foi o tema sobre o qual discorreu Rafael Friedrich de Lima, chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários do Departamento da Defesa Agropecuária da Secretaria Agricultura Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi/RS). Para ele, a certificação mostra que os produtores estão preocupados com a legislação e a cadeia produtiva como um todo, com a produção do alimento.
Marcus Vinícius de Miranda Martins, coordenador do Departamento de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas e da Produção Sustentável (Depros/SMC) do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentou as Normas da Produção Integrada, como a rastreabilidade, que exige registros em todas as fases operacionais, desde a produção até a comercialização, garantindo a certificação de procedência e qualidade. Martins ressaltou a importância de os produtores rurais manterem-se atualizados, aproveitando a oferta de cursos, como os ministrados pelo Senar e Ibravin.
Logo após o Seminário, foram entregues os certificados de Boas Práticas de Elaboração para as 12 vinícolas e os certificados de Boas Práticas Agrícolas para 171 produtores rurais que atenderam as declarações de implantação do Programa Alimentos Seguros (PAS) – Uva para Processamento.