O nome de Santa Maria Goretti está associado principalmente à virtude da castidade, entretanto, existem outros aspectos da sua vida que provavelmente não são muito conhecidos e que valem a pena imitar para crescer na fé. A seguir, apresentamos onze coisas sobre esta “doce mártir da pureza”, como a chamou o Papa Pio XII.
Maria sempre recorria a reza em momentos difíceis.Aos dez anos, perdeu o pai e procurou seu consolo na oração, especialmente na oração do Rosário. A santa também buscou a proteção na Virgem frente às propostas indecentes de Alessandro Serenelli e às ameaças de morte que este lhe fazia devido as recusas de Maria. Depois da morte do seu pai Luigi Goretti, Maria sentiu que tinha que apoiar a sua mãe, que ficou sozinha cuidando da família. Ela era responsável pelas tarefas domésticas e de cuidar dos irmãos. Inclusive, preferia comer o que sobrava das refeições para que todos pudessem se alimentar bem. Devido às dificuldades financeiras, a sua família se associou aos Serenelli, que não tinham bom comportamento e eram autoritários. Para tranquilizar a angústia de sua mãe Assunta, Maria dizia: “Coragem, mãe, não tenha medo, nós já estamos crescendo. Pediremos para o Senhor que nos dê saúde. A providência nos ajudará. Lutaremos e seguiremos lutando!”
Um dia, Maria compartilhou com a sua mãe a indignação que sentiu quando ouviu uma conversa obscena entre um menino e uma de seus colegas. Assunta lhe disse: “Pois, o que entre por um ouvido teu, deve sair pelo outro. Olha, minha filha, como te surpreendes com as coisas que os outros fazem, os outros podem se surpreender com as coisas que tu faças”. Então a menina respondeu: “Se alguma vez eu tiver que falar assim, prefiro morrer antes”. Santa Maria Goretti desejava receber a Eucaristia desde muito pequena e, quando manifestou esse desejo a sua mãe, esta lhe disse: “Como você vai receber a Comunhão, se não sabe o catecismo? Além disso, você não sabe ler, não temos dinheiro para comprar o teu vestido, os sapatos e o véu e não temos nenhum momento livre”. A menina respondeu: “Então nunca poderei receber a Comunhão, mãe! Mas não posso ficar sem Jesus!”. Seus vizinhos a ajudaram na sua preparação para o sacramento e inclusive conseguiram as roupas que precisava para este grande dia. Então, Maria fez a sua Primeira Comunhão em 29 de maio de 1902, aos onze anos de idade, um ano antes do que era costume na época. Em 5 de julho de 1902, Alessandro aproveitou que Maria estava sozinha em casa e tentou violá-la. Mas ela resistiu gritando: “Não! É um pecado! Deus não quer isso!”. E advertiu-lhe que poderia ir para o inferno.
Cego pela raiva, o jovem a esfaqueou quatorze vezes. Feriu o seu coração, o seu pulmão esquerdo, o seu diafragma e os seus intestinos. Depois que a sua mãe e o pai de Alessandro a encontraram, Maria foi levada ao hospital mais próximo. Os médicos se surpreenderam pelo fato de que ela não estivesse morta depois dos graves ferimentos. Tentaram salvá-la através da operação, mas devido ao seu estado de saúde delicado, não conseguiram aplicar a anestesia. Ela não reclamava das dores e ofereceu os seus sofrimentos à Mãe de Deus. Antes de falecer, o sacerdote perguntou-lhe: “Maria, perdoas de coração o teu assassino?”. Ela respondeu: “Sim, eu o perdoo pelo amor de Jesus, e quero que ele também venha comigo ao Paraíso. Eu quero que ele esteja ao meu lado. Que Deus o perdoe, porque eu já o perdoei”. São João Paulo II destacou esse gesto e afirmou que “o espírito do perdão incentivava as relações de toda a família Goretti e, por isso, pôde se expressar com tanta espontaneidade na mártir”. Alessandro Serenelli foi condenado a 30 anos de prisão e se arrependeu depois de ser visitado pelo então Bispo de Noto, Dom Giovanni Blandini, e após sonhar que Maria colocava em cima dele quatorze lírios, a mesma quantidade de vezes que a esfaqueou. Quando Alessandro saiu da prisão, procurou a mãe de Maria para pedir-lhe perdão. Alguns anos depois, colaborou com o seu testemunho na causa da beatificação. Também foi admitido na Ordem Terceira de São Francisco.
Oração a Santa Maria Goretti
Ó Santa Maria Goretti, que, reforçada pela graça de Deus, não hesitou em derramar teu sangue e o sacrifício da própria vida para defender a pureza virginal, olhai graciosamente sobre a infeliz raça humana, que se desvia muito longe do caminho da eterna salvação. Ensina-nos a todos, e especialmente a juventude, com coragem e presteza que devemos fugir, por amor a Jesus, de tudo quanto possa ofendê-lo ou manchar as nossas almas com o pecado. Obtenha para nós, implorando a Nosso Senhor, vitória nas tentações, conforto nas tristezas da vida, e a graça que fervorosamente peço (diga a graça), e possamos desfrutar um dia da imperecível glória celeste. Amem.