As aparências não enganam, diz o ditado, mas será mesmo?
Não é o que aponta um recente estudo exibido na publicação oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. Os mais de 700 participantes tiveram dificuldades de diferenciar rostos reais de rostos gerados pela Inteligência artificial. Além disso, os participantes classificaram os rostos gerados pela I.A. como “mais confiáveis” do que os rostos de pessoas reais.
A pesquisa comparou três grupos: 315 pessoas deveriam diferenciar os rostos reais dos artificiais, 219 receberam um treinamento para conseguir diferenciar os dois tipos de rostos, e 223 deveriam classificar os rostos de acordo com a confiabilidade. As imagens mostradas foram geradas a partir de uma Inteligência artificial treinada num banco de dados com fotos de pessoas reais de diversas etnias e ambos os sexos.
O primeiro grupo de participantes apontaram para as imagens artificiais com apenas 48.2% de precisão, enquanto o segundo grupo, aqueles que foram treinados, performaram relativamente melhor e obteram 59%.
O terceiro grupo, julgou os rostos e ranqueou de acordo com a confiabilidade. Rostos reais resultaram em uma nota 4.48, e os gerados por I.A. receberam notas um pouco maiores de 4,82.
Esclarecendo, a inteligência artificial ainda não dominou a arte de criar rostos falsos. Os pesquisadores se mostraram surpresos com os resultados do teste. “Nós inicialmente pensamos que os rostos falsos teriam uma nota menor no quesito confiabilidade em comparação com os reais.” Comentou Sophie Nightingale uma das co-autoras do estudo.
Com o avanço da tecnologia é crescente a preocupação do uso dessas imagens para disseminar notícias falsas ou até cometer crimes. O desenvolvimento de medidas para identificar deepfakes (vídeos gerados por I.A.) se transformou em uma “corrida armamentista” entre detetives de segurança de um lado e cibercriminosos de outro. As ferramentas utilizadas para criar as imagens falsas são bem acessíveis ao público, já criar vídeos com esse tipo de tecnologia exige um conhecimento muito maior de ferramentas mais avançadas. Todas as imagens utilizadas nesta matéria foram geradas por I.A. e foram feitas através do site https://thispersondoesnotexist.com/
