Rio atmosférico vai manter a chuva no rio grande do sul

2015-04-10_190211

 

Um canal de umidade organizado com o Rio Atmosférico avança da Amazônia até o Rio Grande do Sul, trazendo umidade que favorece a chuva no estado. Essa condição, que se iniciou na semana passada, continuará no território gaúcho até o final desta semana.

Nas últimas horas, o tempo permaneceu instável no estado, com mais registros de chuva. Na madrugada desta quinta-feira, áreas de instabilidade mais fortes atuaram com chuva localmente forte, raios e trovoadas no Norte e no Noroeste do Rio Grande do Sul. De acordo com dados de estações oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia, entre a meia-noite e seis da manhã de hoje choveu 50 mm em Santa Rosa, 30 mm em Palmeira das Missões, 28 mm em Passo Fundo, 25 mm em Santo Augusto e 24 mm em Ibirubá.

E vem mais chuva. Nesta quinta-feira, segundo a previsão da MetSul Meteorologia, chove e garoa principalmente na Metade Norte gaúcha, com possíveis pancadas fortes isoladas. No Oeste e no Sul, o tempo fica mais aberto e o sol aparece com nuvens.

Amanhã, a chuva volta a se generalizar no Rio Grande do Sul, com volumes localmente elevados, especialmente do Centro para o Norte do estado, embora não se preveja chuva tão volumosa como entre o fim do dia de ontem e o começo desta quarta-feira. No sábado, haverá sol e calor fora de época, com temperaturas perto e ao redor de 30ºC em algumas cidades. Já no domingo, a chuva retorna com uma frente fria que avança para o estado, podendo chover forte em diferentes cidades com risco de temporais isolados.

Esse quadro de instabilidade por dias seguidos está acompanhado de um Rio Atmosférico a Leste dos Andes, pelo interior do continente, que traz muita umidade para o Rio Grande do Sul com correntes de vento do Norte.

Esse “rio voador” transporta grande quantidade de umidade da região Amazônica e também do Atlântico Tropical, que está superaquecido, pelo interior do continente até as latitudes do Sul do Brasil, recurvando para Leste justamente sobre o Rio Grande do Sul. Assim como no começo de maio, há uma grande massa de ar seco e quente persistente com um bloqueio atmosférico no Centro do Brasil, fazendo com que a umidade Amazônica seja canalizada por áreas do interior da América do Sul em direção ao Sul até o Rio Grande do Sul. Como o ar quente tropical avança junto para o Sul, forma-se uma combinação de umidade abundante com atmosfera aquecida, trazendo áreas de instabilidade com chuva forte e risco de temporais isolados.

Os Rios Atmosféricos são regiões longas e concentradas na atmosfera que transportam ar úmido dos trópicos para latitudes mais altas. O ar úmido, combinado com ventos de alta velocidade, produz chuva e neve, conforme a região no mundo.