Restrições da pandemia ajudaram a reduzir casos de dengue

2015-04-10_190211

Foram 720 mil casos a menos, aponta estudo.

 

As restrições que foram impostas durante o início da pandemia de coronavírus ajudaram a reduzir os casos de dengue em todo mundo. Ao todo, foram 720 mil casos a menos, segundo estudo da revista científica The Lancet.

A estatística surpreendeu os próprios pesquisadores da The London School of Hygiene & Tropical Medicine (Reino Unido), porque o esperado era que a dengue ficasse ainda mais feroz na época, considerando que grande parte dos recursos foi desviada para conter a covid-19. Além disso, o período foi marcado pela interrupção das medidas de controle de doenças, como a pulverização de mosquitos.

Como a população foi orientada a ficar em casa nesse primeiro momento da pandemia, essas descobertas sugerem que a maior parte das picadas acontece em lugares públicos (estabelecimentos, escolas, locais de trabalho), e isso pode impactar positivamente no controle da dengue daqui para frente, porque os especialistas podem direcionar a atenção a esses lugares.

Outro ponto levantado pela equipe é que as informações obtidas por meio da pesquisa podem ajudar a combater não apenas a dengue, mas também zika e chikungunya, outras doenças causadas pelo mesmo mosquito. De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e dezembro de 2019 foram confirmados 10.319 casos de dengue e 141 mortes. Para chikungunya, foram 65.840 casos confirmados e 36 mortes. Com menor incidência, a zika teve 3.625 casos confirmados e 4 mortes. Os números deste ano ainda devem ser divulgados.

Entretanto, o estudo não traz apenas boas notícias. Acontece que os níveis de imunidade à dengue podem ter levado em conta o número bem menor de pessoas que adoeceram.