A questão sempre foi gestão falha e falta de foco nesta administração pública. A falta de experiência anterior em administrar de Guilherme Pasin, ou se quer de algum emprego real, não contando ser acomodado em algum gabinete político, está levando o município ladeira à baixo.
Quando o “gestor do ano” se empenha para conseguir verba para um terminal de passageiros para um aeródromo que não tem um voo comercial há mais de um ano por falta de demanda, ou quando desperdiça dinheiro e tempo para beneficiar com verbas astronômicas um clube de futebol particular, sem nenhum retorno para a grande maioria da população é de se pedir intervenção.
Se esta compadrarem pelo menos tivesse sido feita dentro das normas, o município não teria que reembolsar a União .
Como se chama isto no mundo real? Má administração. A federação das Indústrias do Rio de janeiro, em seu levantamento nacional, já apontou este ano a administração Pasin como uma das piores gestões da década. E agora? que posição vai figurar nossa Bento Gonçalves no próximo ranking?
Há décadas que políticos buscam muito dinheiro para enterrar num clube que não ganha nem campeonato de bola de gude. O Esportivo sempre arrecadou como amador e gastou como profissional, e nem consegue aumentar o número de associados. É um sumidouro há mais de quatro décadas, engolindo verbas publicitárias e acumulando dívidas.
O Juiz Federal Frederico Pereira na sentença proferida (reportagem nesta edição) pontuou com muita clareza as inúmeras irregularidades neste “arranjo nas coxas” entre a Prefeitura e CEF, que resultaram em mais de dois milhões (corrigidos) que deverão ser devolvidos à União.
Quando, em 2012 o Ministério do Esporte autorizou o repasse de verbas com o “suposto objetivo de implantar melhorias para a Copa do Mundo em 2014”, Bento Gonçalves tinha 10% de ser escolhida como subsede. Mas, por falta de empenho e apresentação de projeto por parte da prefeitura, as obras já haviam sido suspensas em 2016 (depois de Bento não ter sido subsede) e a CEF proibida de fazer qualquer pagamento por ser constatadas várias irregularidades contratuais não cumpridas pela prefeitura.
Contestações à parte, o Juiz federal pontuou que “as condições suspensivas já deveriam estar resolvidas na assinatura do contrato de repasse e não poderia cogitar possibilidade de comprovações posteriores’ (que ocorreram). O contrato cheio de falhas e com muitas “concessões para amigos”, resultou numa dívida imensa para a prefeitura pagar.
O Esportivo sai ileso porque não assinou nada, em tese não se comprometeu com nada.
A má gestão da administração Pasin não tem como não ser objeto de ação de responsabilidade civil. Não há como um prefeito não ser responsabilizado por uma ação desnecessária e desastrosa como esta que causa prejuízo ao município e sair ileso rumo à novos interesses políticos.