Relatório aponta que apenas 0,8% dos brasileiros de 25 a 64 anos concluíram mestrado

2015-04-10_190211

O Brasil tem a 5ª pior taxa de pessoas com ensino superior completo, 21% dos brasileiros de 25 a 34 anos têm diploma universitário, o que representa um percentual inferior a países como México (23%), Costa Rica (28%) e Colômbia (29%)

Um relatório feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE constatou que o percentual de brasileiros com pós-graduação no Brasil é muito inferior ao registrado em outros países.
Na semana passada, a OCDE divulgou o relatório que traz comparações internacionais sobre estrutura, finanças e desempenho de sistemas educacionais de 46 países membros da organização e de nações parceiras, como o Brasil, que vive um momento de resseção na educação.
O governo Jair Bolsonaro anunciou em 2019, além de outros, cortes na pós-graduação, sendo 12% das bolsas de pesquisa e 50% do orçamento da Capes, que é uma agência de fomento ligada ao Ministério da Educação.

Estudo
O relatório demonstra que 0,8% das pessoas de 25 a 64 anos no Brasil concluíram o mestrado, sendo a média de países membros da OCDE 13%, o que representa um percentual 16 vezes menor.
O índice do Brasil só é maior do que o da China e da Arábia Saudita. A Indonésia tem o mesmo percentual do Brasil, que é superado por países como México, Chile e Costa Rica.

Investimento
Foi registrado nos últimos anos, entre 2010 e 2016, um aumento de 19% nos investimentos em instituições públicas de ensino superior, que compreendem aproximadamente 80% dos estudantes de mestrado e doutorada, mas mesmo assim o gasto por aluno no Brasil (R$ 58 mil), ainda é inferior a média da OCDE (R$ 66 mil).
Na educação básica e fundamental, o cenário é ainda pior, o estudo da OCDE concluiu que o Brasil tem um gasto por aluno da educação infantil, menor que a metade de países ricos.
Em 2016, o país gastou cerca de R$ 15 mil por aluno do ensino fundamental, contra uma média da OCDE de R$ 35 mil. No ensino médio, o gasto brasileiro por aluno é de R$ 15 mil, quase três vezes inferior à média de países ricos, que registram R$ 42 mil.
De acordo com o relatório, um dos pontos que tem maior ligação com o valor reduzido de investimento por aluno no Brasil, é atribuído a baixa remuneração dos professores brasileiros, que geralmente representam a maior parcela dos investimentos em educação. Os docentes ganham no país 48% a menos que a média do professores de ensino médio da OCDE.

Atual governo
De acordo com o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, comparando os investimentos feitos na educação básica, as universidades federais representam gastos muito elevados e até mesmo exagerados aos cofres públicos.
Neste ano, foram bloqueados R$ 2,2 bilhões, relativos a 30% dos recursos de universidades federais, além de outros congelamentos que vão das creches às pós-graduações, somando aproximados R$ 6 bilhões.
Para o Ministro da Educação, a prioridade do governo é a expansão de vagas através do ensino superior privado, que concentra 75% das matrículas, realidade bem diferente da vista em países ricos, que representam menos de um terço dos estudantes, de acordo com o relatório da OCDE.
O relatório garante que o predomínio de instituições particulares e a limitação de vagas em instituições públicas gratuitas, criam: “um ambiente complexo para os formuladores de políticas que buscam garantir que o acesso ao ensino superior não seja prejudicado pelo status socioeconômico dos estudantes”.

Pessoas graduadas
O Brasil figura como o país com a 5ª pior taxa de pessoas com ensino superior completo, somente 21% dos brasileiros com idades entre 25 e 34 anos conseguiram concluir uma instituição de ensino superior e ter um diploma universitário, índice inferior a países como México com 23%, Costa Rica com 28% e Colômbia 29%, sendo a média dos países da OCDE de 44%.