Record de meningite parasitária na ilha de Maui

2015-04-10_190211

Pequenas lesmas, como as encontradas na salada, são as principais suspeitas do surto

Foram registradas na ilha de Maui, no Havaí, nos últimos três meses, seis ocorrências de um parasita que invade o cérebro e o sistema nervoso. Anteriormente, a ilha só possuía dois casos registrados da doença em uma década inteira.
Autoridades de saúde preveem que novos casos irão surgir. O parasita, Angiostrongylus cantonensis, parente da conhecida lombriga, foi encontrado também em Oahu, Kauai e Ilha Grande, outros territórios do arquipélago.
As larvas do verme habitam em pequenas lesmas. Elas só amadurecem dentro do corpo de ratos, que eliminam o parasita nas fezes – e elas voltam a contaminar lesmas, além de outras espécies, como camarão, sapo e caranguejo.
O parasita infecta seres humanos através da alimentação. Animais infectados, além de vegetais e frutas cruas e mal lavadas podem conter pedaços das lesminhas doentes.
Geralmente nosso corpo elimina sozinho essa ameaça. Mas o perigo ocorre quando o parasita vai parar no sistema nervoso central. Instalado ali, ele se espalha pelo líquido que lubrifica o cérebro, causando meningite parasitária. Os sintomas são dores de cabeça, tremores, dormência em partes do corpo e febres, que podem ser fatais.
Pacientes comparam a sensação com a de ter a cabeça perfurada por uma agulha!
As autoridades havaianas recomendam que se dobre os cuidados ao higienizar saladas e frutas e evitar o contato com qualquer tipo de lesma ou caracol.
No Havaí, a suspeita nº 1 de causar o surto é uma espécie de “semilesma”, uma mistura de lesma (sem concha) e caracol (com concha externa), cuja população na ilha cresceu simultaneamente ao reaparecimento da doença. Atualmente, 80% dos indivíduos desta espécies hospedam o parasita que invade o cérebro.
Alguns especialistas acreditam que a culpada pelo espalhamento do verme é a própria globalização, pois a doença foi identificada pela primeira vez em Taiwan, em 1944.