Racismo? Verso do Hino do RS causa controvérsia entre legisladores e historiadores

2015-04-10_190211

A PEC estadual a ser votada hoje quer dificultar a alteração dos símbolos oficiais do  estado: o hino, a bandeira e o brasão será votada hoje

 

A sociedade gaúcha está envolvida em intensas discussões sobre versos do hino do Rio Grande do Sul, originalmente composto em 1838 durante a Guerra dos Farrapos (1835-1845). Alguns interpretam um trecho da letra, escrita por Francisco Pinto da Fontoura com música de Joaquim José Mendanha, como racialmente insensível, uma vez que a escravização dos negros não foi um resultado de falta de virtude.

Outros, entretanto, argumentam que a expressão “ser escravo” no contexto da época, refere-se à submissão territorial. Naquela época, o atual estado do Rio Grande do Sul era a República Rio-Grandense, que lutava pela sua independência do Império do Brasil.

Essa disputa teórica deverá tomar um rumo prático em breve.

Ontem, houve uma audiência pública articulada pela bancada negra da Assembleia Legislativa gaúcha para discutir o trecho polêmico.

 

Hoje, terça-feira 4, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul votará uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Estadual. Essa proposta visa dificultar as alterações nos símbolos oficiais do estado – o hino, a bandeira e o brasão. Essa medida é uma clara resposta aos debates acirrados que têm permeado a sociedade gaúcha nos últimos anos.

Tradição questionada

 

Atualmente, mudar os símbolos estaduais dependeria da aprovação de um projeto com maioria simples — metade dos deputados, mais um. Se a PEC em discussão for aprovada, as alterações dependeriam de três quintos dos votos. A proposta é do deputado Rodrigo Lorenzoni (PL), filho de Onyx Lorenzoni , ex-ministro do governo Bolsonaro.

Acompanhe a votação.