Anilson Da Campo, produtor rural da Linha 28, de Pinto Bandeira, recém concluiu a safra de uvas em sua propriedade e já inicia a nova produção; caqui, uma das frutas favoritas dos gaúchos. Do meio hectare plantado, o agricultor, animado com a produção da última safra, já projeta ampliar a área para 2,5 ha de plantio da fruta.
“Está viável produzir o caqui, por isso quero aumentar. Temos bastante procura”, avalia Da Campo.
De acordo com o agricultor, este ano a previsão da colheita do 0,5 ha é entre 15 e 18 toneladas, um número muito superior ao do ano passado, quando foram colhidas oito toneladas. “No ano passado tivemos geada, desta vez não. O clima ideal para o caqui é o frio, se é muito calor não funciona. Mas a geada prejudica”, explica.
Com produção também de uva e frutas de caroço, Da Campo pontua que é necessário que o agricultor tenhamais que uma variedade. Da safra da uva, encerrada há um mês, foram colhidas 110 toneladas, 25 a menos que em 2017, quando foram colhidas 135 toneladas. Mesmo com esta baixa, ele não se queixa do volume.
O produtor enfatiza que, mesmo com o término da safra do caqui ainda este mês, o trabalho no campo nunca para. “Agora termina o caqui e não temos o que colher. Então vamos trabalhar na próxima safra de uvas. Estamos renovando parreiras, trabalhando os pomares, fazendo limpeza, fazendo o arqueamento. Serviço sempre temos”, relata, já se programando para as futuras colheitas.
Vida no campo
Da Campo tem 32 anos e ama viver no campo. Ele divide os cuidados do plantio com o irmão, porque o pai, de 70, por problemas de saúde precisou se afastar. “Nunca fui para a cidade morar, gosto de trabalhar na roça mesmo”, conta.
“A vida do agricultor é sofrida. Mas compensa, a gente gosta do que faz e o que se ganha na roça, não se ganha na cidade. Não tem folga, é suado, não tem sábado, domingo ou feriado”. Para os futuros filhos, o produtor registra que quer incentivá-los a ficar na roça, “assim como o meu pai fez com a gente”, profetiza.
O caqui
O caqui é o fruto do caquizeiro, uma árvore da família Ebenaceae. Foi trazido ao Brasil pelos imigrantes japoneses, há mais de um século. A variedade plantada por Da Campo, a vermelha, quando madura é muito doce e mole e precisa de muito cuidado no transporte.
A fruta é excelente fonte de vitaminas E e C – que auxiliam na defesa e manutenção do organismo – e sais minerais como ferro, fósforo e cálcio. É rica também em outro componente fundamental para manter a saúde: o betacaroteno, que atua como antioxidante e combate a formação de radicais livres.
Valor Nutricional
**Caqui médio ou
em 100 gramas
Calorias – 71 kcal
Fibras – 6,5 g
Cálcio – 18 mg /li>
Vitamina C – 29,6 mg
Potássio – 164 mg
Fósforo – 18 mg
Carboidrato – 19,3 g
Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (Taco)