A reportagem de capa desta edição ouviu alguns empresários rurais que amargam com o descaso da administração pública.
Antes identificados como agricultores, estes empresários transformaram os minifúndios em empresas bem geridas que produzem toneladas anuais de alimentos.
Empresários que pedem pouca coisa, somente condições para escoar a safra e auxílio de algumas máquinas quando acontecem imprevistos, como as fortes chuvas das últimas semanas.
Só depois de mais de semanas do pedido de auxílio, alguém da subprefeitura foi lá avaliar as necessidades. Oras, a recuperação das áreas atingidas e trafegabilidade das estradas não podiam esperar e foram executadas pelos empresários rurais, com ajuda dos vizinhos.
Como é que uma prefeitura, que estufa o peito e divulga em seu próprio site, que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Agricultura está ouvindo os agricultores e entidades ligadas ao setor “para definição dos eixos de sustentabilidade econômica, social e ambiental” para elaborar um “Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (PMDRS), tendo por finalidade diagnosticar e traçar diretrizes de trabalho para o meio rural de Bento Gonçalves para os próximos 20 anos.”, não consegue consertar uma estrada e, muito menos empossar um secretário de agricultura?
Desde janeiro a ufanista Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Agricultura, que diz elaborar o tal “plano de agricultura” que servirá para os próximos 20 anos, não tem sequer um secretário.
As subprefeituras, sucateadas, não têm maquinário para atender simples demandas. Toda a zona rural está à própria sorte, mas continua recebendo turistas e criando riquezas que são escoadas por estradas em péssimo estado.
Que planejamento futurista é este que não consegue resolver o básico de hoje?