Pix do RS destina R$ 2 mil por família em áreas atingidas por enchentes

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Um ciclone extratropical atingiu o Rio Grande do Sul. Militares do Comando Militar do Sul trabalham ininterruptamente em apoio às equipes do Corpo de Bombeiros/RS e da Prefeitura local no resgate de milhares de famílias ilhadas em suas casas na cidade de Esteio. Foto: Exército Brasileiro/Twitter

O conselho gestor do SOS Enchentes, que administra os recursos arrecadados pelo número oficial de Pix do governo do Estado, decidiu antecipar a distribuição. No final da sexta-feira (11), decidiu-se acelerar a entrega do dinheiro doado às vítimas. O critério de prioridade definido é antecipar o pagamento a famílias das “áreas mais afetadas que já possuam condições de iniciar o processo de recuperação e reconstrução”. O trabalho deve começar no início da próxima semana.

Conforme a decisão, o cadastramento vai começar nos abrigos, em paralelo à tentativa de identificação dos atingidos que não estão nesses locais. Cada núcleo familiar identificado e cadastrado receberá ao menos R$ 2 mil, valor que poderá ser complementado se houver mais recursos disponíveis. Até o final da sexta, o valor arrecadado chegava a R$ 89 milhões. Com a previsão de forte queda de temperatura nos próximos dias, parte dos recursos será usada na compra de cobertores. Mas o foco do SOS Enchentes continua sendo a entrega de valores diretamente na mão dos atingidos, para que usem da maneira que mais necessitem – reforma de casas, compra de eletrodomésticos e móveis levados ou estragados pela enxurrada.

— É um dinheiro que vai direto para a conta de quem precisa. Se entrasse no caixa do governo, se tornaria um recurso público, e teria uma série de exigências a cumprir na hora de investir. Como sai de uma conta corrente de uma entidade privada, a pessoa poderá comprar material de construção, remédios ou alimentos quando não estiver mais em assistência direta. Não há exigência do beneficiário comprovar a destinação deste recurso — afirma o secretário da Casa Civil, Artur Lemos. No documento em que ficou registrada a decisão do conselho gestor, está registrado que, embora a conta Pix seja pública e oficial, “os recursos arrecadados não se misturam ao orçamento do Estado, e são geridos por um comitê com participação de órgãos públicos e da sociedade civil de caráter privado, sem fins econômicos, que serão acompanhados e auferidos por empresa de auditoria externa independente, garantindo que a distribuição dos recursos vá diretamente para as pessoas atingidas e de acordo com os critérios estabelecidos por este colegiado”.

Completa afirmando que “a arrecadação destina-se exclusivamente a fornecer assistência às pessoas afetadas pelas enchentes”. Desde o decreto 57.606, de 9 de maio passado, o Tribunal de Contas do Estado (TCE), também faz parte do conselho gestor, para aprimorar a governança.