Montante com fraudes no benefício do Governo Federal ultrapassariam os R$ 2 bilhões
A Polícia Federal (PF) já instaurou até o momento 516 inquéritos policiais para investigar as fraudes no auxílio emergencial. As medidas fazem parte da força-tarefa chamada Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (EIAFAE), da qual participam a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, o Ministério da Cidadania, a Caixa, a Receita Federal, a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União.
A Polícia Federal investiga os pagamentos indevidos e as tentativas de cadastramento irregulares com ferramentas que identificam a atuação de organizações criminosas e fraudes estruturadas. Os pagamentos indevidos são analisados pelas instituições da força-tarefa.
Após cruzamento de dados, as informações com suspeitas de irregularidades são enviadas à Polícia Federal para que integrem a Base Nacional de Fraudes no Auxílio Emergencial (BNFAE). A ferramenta é utilizada pela PF para identificar a atuação de grupos criminosos.
“Primeiro identificamos a possibilidade da existência de fraudes.
A partir disso fazemos diversos cruzamentos, atentando sempre para os requisitos legais de inelegibilidade, com o objetivo de entregar uma base de dados estruturada”, explica o delegado da Polícia Federal Allan Dias, diretor de Monitoramento da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI), do Ministério da Cidadania.
Desde o início programa, em abril do ano passado, foram realizadas 20 prisões, em 29 operações policiais, com 58 mandados de busca e apreensão. Entre as ações que mais se destacaram está a operação Segunda Parcela, em 10 de dezembro, que resultou no cumprimento de 42 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão e 13 mandados de sequestro de bens. Outras operações importantes de fraudes do auxílio, segundo a PF, foram a Primeira Parcela, deflagrada em 9 de novembro, Resiliência, realizada em 18 de novembro e Antrea, que prendeu sete indivíduos, no período de 17 a 23 de dezembro do ano passado. As ações foram realizadas nos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal.
Já foram detectados e cancelados o cadastramento de mais de 3,82 milhões de pedidos irregulares e deixaram de sair indevidamente dos cofres públicos cerca de R$ 2,3 bilhões.