Em pesquisa realizada pelo Procon foi constatado que o produto ficou mais barato, quando comparado ao mesmo período de 2017
O gás de cozinha está pelo menos R$ 6,00 reais mais barato, quando comparado ao mesmo período de 2017, representando uma queda de 12% no valor. Segundo pesquisa realizada pelo Procon, em junho de 2017, a média era R$ 67,50 no depósito e R$ 74,00 na entrega a domicílio. Em junho deste ano, a média foi de R$ 62,50 no depósito e R$ 68,00 na entrega a domicílio. Numa das empresas consultadas, em junho do último um botijão de 13kg estava sendo comercializando pelo valor de R$ 78 reais, e agora a mesma empresa vende por R$ 68 reais, justificando a queda de 12% no valor do produto.
O fiscal do Procon, Thiago Duarte dos Santos, afirma que o preço do gás de cozinha está apresentando queda em seus preços desde janeiro de 2018. “No primeiro semestre de 2018 o gás se manteve com valor médio de compra de R$ 62,50 – compra direto em depósito; e R$ 68,00 na entrega a domicílio. Comparando com os preços de 2017, a média de compra é de R$ 65,75 – no depósito , e R$ 73,00 na entrega a domicílio”, explica o fiscal do Procon,Thiago Duarte dos Santos.
Ainda de acordo com o fiscal, na última pesquisa foi constatado que houve uma estabilização do preço devido à greve dos caminhoneiros. Ele explica sobre os motivos pelos quais aconteceu a queda nos preços. “Como não há um tabelamento de preços, as revendedoras trabalham com diferentes percentuais. Podemos afirmar que a queda no preço final ao consumidor também está relacionada ao período de recesso que estamos enfrentando. Desta forma, os consumidores estão mais atentos aos preços praticados, e por consequência negociando melhores valores no momento da compra”, salienta.
A nova política de preço da Petrobras
A direção da Petrobras, em outubro de 2016, mudou a política de preços dos derivados de petróleo, em especial da gasolina e do diesel. Em julho de 2017, alterou também a política de reajustes do preço do gás de cozinha, o que tornou os aumentos mais frequentes, com o objetivo de estabelecer cotações mais próximas às do mercado global.
O gás de cozinha é envasado em botijões de 13 kg e vendido nas refinarias da Petrobras para as distribuidoras. É chamado tecnicamente de gás liquefeito de petróleo (GLP). É o principal combustível de uso doméstico.
O valor do botijão de GLP residencial (13 kg) ficou congelado em R$ 13,51 nas refinarias da Petrobras, entre janeiro de 2003 e agosto de 2015. Em julho de 2017, estava em R$ 17,81 e, em dezembro desse mesmo ano, chegou a R$ 24,38, salto de 37%.
A nova política de preços adotada pela direção da Petrobras para o GLP de 13 kg não leva em consideração a resolução 4/2005 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que “reconhece como de interesse para a política energética nacional a prática de preços diferenciados, por produtor ou importador, de gás liquefeito de petróleo (GLP), destinado exclusivamente a uso doméstico em recipientes transportáveis de capacidade de até 13kg, pois tem elevado impacto social, posto que seu custo de aquisição afeta a parcela da população brasileira com menor poder aquisitivo”.
Segundo a Petrobrás, o impacto ao consumidor brasileiro seria maior do que o concedido, mas foi diluído pela combinação entre o período de nove meses usado como base para o cálculo do preço, conforme definido na metodologia anunciada em janeiro, e do mecanismo de compensação que permitirá que eventuais diferenças entre os preços praticados ao longo do ano e o preço internacional sejam ajustadas ao longo do ano seguinte, conciliando a redução da volatilidade dos preços com os resultados da Petrobras.