Países da Europa reprovam material caseiro e agora exigem máscara profissional

2015-04-10_190211

Modelos caseiros não oferecem a proteção necessária contra novas variantes do coronavírus

Cientistas e estudos apontam que as máscaras N95, PFF2 ou equivalente oferecem um grau maior de proteção e devem ser priorizadas em situações de maior risco. O uso de máscaras profissionais pela população, que alguns países europeus passaram a exigir, abrem um novo capítulo no debate sobre os modelos de proteção facial contra o coronavírus.
Ao mesmo tempo em que novas variantes do coronavírus se espalham e que a vacinação contra a covid ainda está engatinhando, a necessidade das máscaras como uma das formas de reduzir a transmissão é hoje uma certeza. O debate que está se abrindo é a respeito do modelo.
A França decidiu proibir as máscaras caseiras, exigindo o uso das cirúrgicas, FFP2 (semelhante à PFF2 brasileira e à N95) ou máscaras de tecido feitas de acordo com padrões chamados de categoria 1. O argumento do governo francês é o de que os modelos caseiros não oferecem a proteção necessária contra novas variantes do coronavírus.
Antes, Áustria e Alemanha já tinham anunciado que exigiriam o uso dessas máscaras (cirúrgicas ou PFF2) em locais como transporte público e comércio, que são mais propícios para a transmissão do vírus.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantém a indicação de máscaras de tecido, limpas e secas, para a população em geral, enquanto as máscaras cirúrgicas e as N95, PFF2 e equivalentes devem ser usadas “pelos profissionais que prestam assistência a pacientes suspeitos ou confirmados de covid-19 nos serviços de saúde”.
A maior autoridade sanitária do Brasil argumenta que hoje não há recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que haja um aumento no nível de proteção das máscaras.
O engenheiro biomédico Vitor Mori, membro do grupo Observatório Covid-19 BR, recomenda o uso de máscaras PFF2 e N95 para a população em geral em situações de exposição a lugares mal ventilados e inevitáveis, como transporte público.
Como as máscaras N95 e PFF2 protegem mais?
O primeiro ponto importante é que essas máscaras seguem padrões estabelecidos por normas técnicas para garantir um nível alto de proteção, diferente de máscaras artesanais. É por isso que é possível saber a capacidade de filtragem delas. A PFF2 filtra pelo menos 94% das partículas de 0,3 mícron de diâmetro, as mais difíceis de se capturar. A capacidade de filtragem da N95 é 95%.
Ao mesmo tempo, é muito difícil saber o nível de proteção de cada tipo de máscara de tecido, já que são modelos diferentes entre si, que não seguem norma técnica, e que se ajustam de formas diferentes ao rosto de cada um.
As máscaras cirúrgicas de boa qualidade são mais recomendadas que as caseiras, mas também podem ter níveis de proteção variados, segundo Mori.
De forma geral, as entidades nacionais e internacionais pedem que as máscaras tenham duas ou três camadas e cubram bem o rosto, desde a parte superior do nariz até o queixo. Elas devem ser feitas com algodão ou poliéster, com uma trama de tecido mais densa.